Eduardo Bolsonaro diz que aceitaria se candidatar a presidente em 2026
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 16, que aceitaria se candidatar à Presidência em 2026 se fosse apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma live, Eduardo manteve desconfiança em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem ouviu mais cedo que não concorrerá ao Palácio do Planalto no próximo ano.
Na véspera, Eduardo havia dito que Tarcísio tinha “subserviência servil às elites” por ter se reunido com empresários para tratar do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Na live desta quarta-feira, 16, o deputado disse que o bate-boca está superado.
Eduardo participou de uma live com o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo, que deve ser o primeiro réu julgado à revelia no STF por não se defender no processo da trama golpista. Ele é neto do general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar.
Figueiredo lembrou a Eduardo que Tarcísio afirmou aos dois, nesta quarta-feira, 16, que não quer se candidatar a presidente em 2026. “Ele (Tarcísio) diz que não quer (se candidatar ao Planalto), afirmou categoricamente a você e a mim que não quer, que as pessoas vão se surpreender, que ele é candidato ao governo de São Paulo”.
Eduardo respondeu, rindo: “Ele não queria ser candidato ao governo de São Paulo também”. E acrescentou: “Mas não tem problema, não”.
Em outro trecho da live, Eduardo Bolsonaro disse que aceitaria concorrer à Presidência no próximo ano, se fosse apoiado pelo pai. “Aceitaria esse desafio (candidatura presidencial em 2026) com a condição de ter o apoio do meu pai. Ele é o candidato legítimo, tem o voto. Se ele entender dessa maneira, certamente eu me candidataria”.
Em entrevista, Eduardo criticou Tarcísio
Em entrevista à Coluna do Estadão na segunda-feira, 14, Eduardo disse que “sacrificará” o mandato de deputado e continuará nos EUA. “Tenho dois caminhos bem claros: seguir nos Estados Unidos trabalhando na nossa causa ou retornar para ser preso. Acho que ninguém duvida que eu seria preso se eu retornar para o Brasil”, disse.
Eduardo também disse, na entrevista, que Tarcísio não deveria ter sucesso nas negociações para reverter o tarifaço da Casa Branca. “Se o Tarcísio já não teve sucesso na primeira investida com a casa branca, imagina agora que deletou a foto com o boné do MAGA (”Make America Great Again”, lema trumpista).
O deputado acrescentou: “O filho do Jair Bolsonaro está aqui. Eu não consigo enxergar o motivo para não querer me usar. Se o motivo é que tenho posições radicais, as mesmas respostas moderadas não vão nos tirar do buraco institucional que a gente está”.
Ataques a Moraes
Na live com Paulo Figueiredo, o filho do ex-presidente voltou a atacar Alexandre de Moraes. Em tom jocoso, citou alternativas para o magistrado deixar o Supremo, apesar de ainda poder ocupar o posto por cerca de 20 anos.
“Acho que ele (Moraes) deveria se tornar professor de universidade ou embaixador de um país. Tomar conta da vida dele. Prestaria um serviço muito melhor do que ele faz na Suprema Corte. Vai para o Irã fazer relações diplomáticas com os aiatolás”, disse Eduardo. Moraes já é professor de direito da Universidade de São Paulo.