20 de julho de 2025
Politica

Como possíveis candidatos à Presidência em 2026 reagiram à operação da PF contra Bolsonaro

Cotados para disputar a Presidência da República nas eleições de 2026 comentaram a operação da Polícia Federal (PF) que teve com alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira, 18. O ex-chefe do Executivo também foi submetido a medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro está utilizando tornozeleira eletrônica
Bolsonaro está utilizando tornozeleira eletrônica

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos mais cotados para disputar o Planalto com o apoio do ex-presidente, saiu em defesa do aliado.

Sem citar diretamente o Supremo, Tarcísio afirmou que não haverá paz sem eleições livres e disse que “o tempo trará a justiça”. Para ele, a “sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”.

“Não conheço ninguém que ame mais este País, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro. Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”, disse o governador, em referência à proibição da Justiça de Bolsonaro se comunicar com outros investigados, incluindo o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas. A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”, afirmou.

O governador, que na última semana virou alvo de bolsonaristas por defender uma saída diplomática para a taxação imposta por Trump, ainda afirmou na nota que “coragem é um atributo que quem conhece Jair Bolsonaro sabe que nunca lhe faltou”.

“Não faltou quando atentaram contra a sua vida. Não faltou para lidar com as crises sem precedentes que este País passou quando ele era presidente. Não faltou para defender a liberdade, valores, ideais e combater injustiças. E não vai faltar agora, pois ele sabe que estamos e seguiremos ao seu lado”, conclui Tarcísio.

Outro nome cotado para disputar o cargo no campo político da direita, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), classificou a operação e as determinações do STF como “perseguição política”.

“Eu começo a questionar até que ponto o nosso Judiciário tem operado para fazer justiça ou para fazer política”, disse em entrevista ao Estadão/Broadcast.

“A ação contra Bolsonaro é uma perseguição política. Ele está passando por isso porque é o maior líder da direita no Brasil”, afirmou Zema. “O Judiciário tem perseguido a direita e deixando soltos os bandidos. Eu não vi prenderem ninguém que assaltou os cofres dos velhinhos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, criticou.

Zema também avaliou que a decisão judicial contra o ex-presidente deve acirrar ainda mais a pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Brasil, especialmente após o anúncio da sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros, com previsão de entrar em vigor no início de agosto.

“É mais um fator complicador nas relações com os EUA”, afirmou Zema.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou ao jornal Correio do Povo que se preocupa com uma escalada no “acirramento dos ânimos” em torno do caso.

“Soube do fato, mas não tenho elementos para emitir posição sobre a tomada de decisão. Reafirmo minha confiança nas instituições brasileiras, no nosso Judiciário. O que mais me preocupa é justamente o acirramento dos ânimos e o tensionamento que isso gera em um ambiente muito sensível”, disse.

O governador gaúcho ainda lamentou o que chamou de “exploração política” do caso, visando as eleições de 2026 no Brasil.

“O que estamos observando em relação aos Estados Unidos, esse tensionamento que gera essas decisões por parte do presidente Trump. Por outro lado, aqui no Brasil, a correta defesa do interesse nacional, eventualmente desborda para uma campanha de interesse político eleitoral, que se sobrepõe ao interesse do próprio país”, disse Leite.

Filho do ex-presidente critica medidas

Filho do ex-presidente, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que Moraes “dobrou a aposta” ao autorizar os mandados e medidas restritivas. O parlamentar vive nos Estados Unidos desde o início do ano.

Eduardo pediu que os EUA “mandem uma resposta” para o que ele classificou como “novo modelo de censura brasileiro” e afirmou que o ministro Alexandre de Moraes está desafiando Trump.

“O que ele está fazendo é basicamente uma humilhação. E ele está desafiando o presidente Trump na frente de todos. O aspecto bom disso é que ele está mostrando que ele é o ditador”, afirmou o filho “03” do ex-presidente, em entrevista ao estrategista Steve Bannon, ex-conselheiro de Trump.

Outros nomes da direita e aliados de Bolsonaro, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) ainda não se manifestaram.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também não se manifestou especificamente sobre a operação.

 

 

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