Nunes defende Bolsonaro e critica decisão: ‘Todo remédio, quando exagerado, em vez de curar faz mal’
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a ação da Polícia Federal (PF) e a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira, 18. “Até remédio em excesso faz mal”, disse.
“Eu sempre digo: todo remédio, quando exagerado, em vez de curar, faz mal. A gente tem que ter equilíbrio, calma. Não acompanho o processo, não sei os detalhes, mas deixo minha solidariedade ao presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Nunes. “(Ele) Não responde por crime de roubo, furto ou desvio, mas está sendo processado por um caso de depredação em que sequer estava no Brasil.”
Por ordem de Moraes, o ex-presidente ficará submetido a medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acessar as redes sociais. Além disso, Bolsonaro precisará cumprir o recolhimento domiciliar de 19 horas às 7 horas e também nos fins de semana. O capitão reformado também não poderá se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros nem com outros réus e investigados pelo STF, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro.

O prefeito também aproveitou o momento para ponderar sobre a postura incisiva americana sobre o Brasil e defendeu o comércio da Rua 25 de Março, na capital paulista, após o local ser citado em uma investigação conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). Ele já afirmou anteriormente que, caso haja venda de produtos falsificados em algum ponto, inclusive na própria 25, cabe à Receita Federal e aos órgãos de combate à pirataria atuarem, reforçando que a Prefeitura continuará oferecendo apoio total aos comerciantes da região.
“Não temos medo de investigação, isso faz parte do processo democrático. Constantemente lidamos com ações da Receita Federal, porque produtos falsificados não existem só em São Paulo, estão em todo o Brasil, no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos”, disse Nunes. “O que não vamos aceitar é que chamem a 25 de Março de ‘ponto de falsificação’. Lá existem trabalhadores honestos que ajudam a cidade a crescer, e não vamos aceitar, em hipótese alguma, essa generalização.”