21 de julho de 2025
Politica

AGU pede a Moraes investigação de investimentos suspeitos antes do tarifaço de Trump

BRASÍLIA – A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu na noite deste sábado, 19, que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue investimentos suspeitos no Brasil antes do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

A providência foi tomada diante de suspeitas de uso de informações privilegiadas em operações atípicas de câmbio realizadas antes e depois do anúncio da taxação imposta ao Brasil pelo governo norte-americano.

O pedido foi apresentado no âmbito do inquérito que investiga a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra o Brasil, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Fachada da AGU em Brasília
Fachada da AGU em Brasília

O documento foi encaminhado ao Supremo depois que reportagem da TV Globo, exibida na sexta-feira, 18, mostrou que ocorreram transações de câmbio em volume significativo antes e depois do anúncio oficial das novas tarifas comerciais.

Segundo a AGU, os indícios sugerem “possível utilização de informações privilegiadas – insider trading – por pessoas físicas ou jurídicas, supostamente com acesso prévio e indevido a decisões ou dados econômicos de alto impacto”.

Spencer Hakimian, que administra o fundo Toulou Capital, disse à TV Globo que às 13h30 do dia 9 de julho houve um salto abrupto na cotação do dólar, que ele atribuiu a uma compra expressiva entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, a R$ 5,46.

Cerca de dois minutos após o anúncio, feito por Trump às 16h17, houve uma venda nas mesmas proporções, na cotação de R$ 5,60. A aposta pode ter rendido de 40% a 50% do investimento em três horas, disse Hakimian.

“Não é o padrão normal das transações com o real. Pode ser qualquer um que sabia (das tarifas) desde o começo. Vamos ter de esperar para ver quem realmente foi”, afirmou o gestor.

Além da investigação dentro do inquérito já em tramitação, a AGU também solicita que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja comunicada e que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tome “providências administrativas e civis” sobre as transações.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 9 de julho a taxação sobre produtos importados do Brasil, com início em 1º de agosto.

A decisão foi justificada principalmente como resposta ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões do Supremo Tribunal Federal contra empresas americanas de tecnologia.

“O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional”, disse Trump.

 

 

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