Aliados de Cláudio Castro apostam em Malafaia para convencer Bolsonaro a bancá-lo ao Senado em 2026
Aliados do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), apostam em um nome de peso para convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a lançá-lo candidato ao Senado em 2026: o pastor Silas Malafaia, uma das principais vozes hoje no bolsonarismo. A articulação ocorre após Bolsonaro cogitar, nos bastidores, indicar o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), para a segunda vaga na Casa legislativa ano que vem. A primeira cadeira será disputada, no campo da direita, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Castro fez um périplo nesta semana em Brasília para conversar com Flávio e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre o cenário eleitoral. Interlocutores do governador têm argumentado que, além de ser próximo de Malafaia, ele conta com o cacife político de ter sido reeleito para o Palácio Guanabara em 2022 no primeiro turno, com quase 5 milhões de votos.
Prestes a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da trama golpista, e já enfrentando medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro quer emplacar o maior número possível de aliados no Senado na eleição de 2026 para tentar conseguir maioria na Casa para a abertura de impeachments de ministros da Corte. Nesse cenário, Sóstenes seria mais confiável para o ex-presidente que Castro. Mas o governador tem argumentado que, se ficar de fora da disputa, quem pode levar a segunda vaga do Senado no Rio é a deputada petista Benedita da Silva (RJ).
Castro e Flávio acertam os pontos sobre demissão de secretário
O encontro de Castro com Flávio na última semana também serviu para os dois acertarem os pontos sobre a demissão de Washington Reis (MDB), aliado do senador, do cargo de secretário dos Transportes no Rio. A exoneração foi assinada, enquanto Castro estava fora do País, pelo presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União), que assumiu o governo de forma interina. Ao retornar, contudo, o governador manteve a decisão de Bacellar.
Flávio chegou a fazer uma cobrança pública para que Reis voltasse ao cargo, mas não obteve êxito. Na conversa em Brasília, Castro explicou ao senador que manteve a decisão de Bacellar por receio de retaliação dos deputados estaduais. O agora ex-secretário e o presidente da Assembleia são rivais e ambos querem concorrer ao governo estadual no ano que vem.
