‘Fazer isso com Bolsonaro só porque tem indícios de golpe?’, diz Nikolas sobre medidas cautelares
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou a validade das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica. Para o deputado, há “vários indícios e possibilidades de golpe”. O comentário foi feito em um vídeo publicado no seu perfil no X (antigo Twitter) no último domingo, 20.
Na gravação, o parlamentar pergunta: “43 anos de cadeia (se referindo à possível condenação de Bolsonaro) é algo razoável? Fazer isso com uma pessoa (Jair Bolsonaro) só porque aí tem vários indícios e possibilidades de golpe?”.

Durante o vídeo, o deputado minimiza a participação do ex-presidente nos atos golpistas de 8 de janeiro. “A preocupação principal da nossa Suprema Corte e da nossa Polícia Federal, pelo visto, é uma pessoa que tentou dar golpe lá do EUA, em EAD, virtual”, disse Nikolas, lembrando que o ex-presidente estava nos Estados Unidos na data do ataque à sede dos Três Poderes.
O Brasil precisa que você entenda isso. pic.twitter.com/PSeniI92Rw
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 21, 2025
A Procuradoria Geral da República (PGR), no entanto, afirmou em suas alegações finais que o ex-presidente deveria ser condenado por ter conhecimento do plano golpista e liderar as articulações, mesmo que não estivesse no País em 8 de janeiro.
Nikolas, porém, afirma que as alegações finais da PGR e outras condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que investiga a tentativa de golpe adotam “penas desproporcionais”.
“As pessoas que estavam lá (invasão de 8 de janeiro) tinham faixa etária 50 mais. É óbvio que é errado, já deixei claro várias vezes, é errado quebrar e depredar, as pessoas tem que pagar por isso. Agora meter 17 anos (de cadeia) em um cara que pegou a bola do Neymar autografada?”, questiona o deputado, se referindo a uma sentença imposta pelo ministro Alexandre de Moraes.
As declarações do parlamentar são feitas com a aproximação do julgamento de Bolsonaro. O ex-presidente deve ser julgado pela sua participação da trama golpista entre agosto e setembro.