Por que a ausência de Valdemar na reunião do PL causou alívio entre bolsonaristas
A ausência do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na reunião da oposição nesta segunda-feira, 21, na Câmara causou certo alívio entre os correligionários de Jair Bolsonaro. Isso porque a sigla não sabia se o ex-presidente e o dirigente partidário podiam se falar após as decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa incerteza também ligou o alerta dos bolsonaristas para uma possível paralisação das negociações de formação de chapas para as eleições de 2026.
No despacho de sexta-feira, 18, Moraes proibiu Bolsonaro de manter contatos com embaixadores ou quaisquer autoridades estrangeiras, “bem como com os demais réus e investigados das Ações Penais 2.668/DF, AP 2.693/DF, AP 2.694/DF, AP 2.695/DF, Inq. 4.995/DF e Pet 12.100/DF, inclusive por intermédio de terceiros”.
A “pulga atrás da orelha” surgiu porque Valdemar é citado na última petição. Segundo apurou a Coluna do Estadão, os dois vinham conversando de forma privada.
Como mostrou a Coluna, a oposição está “atordoada” sobre o alcance das medidas de Moraes e o sentimento que permeou uma reunião na Câmara nesta segunda-feira, 21, foi o medo de que Bolsonaro seja preso a qualquer momento.
Encerrada a reunião do PL, a assessoria jurídica do partido foi acionada e esclareceu que, desde março, Valdemar não é mais investigado e, inclusive, caíram todas as cautelares que havia sobre ele.
Ele e Bolsonaro chegaram a ficar sem se falar por um período de cerca de 14 meses, entre 2024 e 2025, por determinação de Moraes, até caírem as cautelares este ano. Aquela proibição atrasou as articulações para as eleições municipais. O impacto agora seria ainda maior: além da definição do substituto do ex-presidente nas urnas – em razão de sua inelegibilidade – Bolsonaro também precisa acertar com o presidente do PL as chapas para o Senado, onde os bolsonaristas querem fazer maioria para abrir impeachment de ministro do STF.
