Conselheiro de Trump diz que Moraes quer protagonismo em decisões sobre Bolsonaro
O empresário Jason Miller, um dos principais conselheiros do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Miller, Moraes quer o protagonismo de decisões da Justiça contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No X (antigo Twitter), Miller disse que o magistrado “não pode nos silenciar”. “Moraes quer que o mundo saiba que ele comanda o Brasil, e não o Lula”, afirmou o conselheiro de Trump nesta segunda-feira, 21.

Na sexta-feira, 18, quando Moraes autorizou mandados da Polícia Federal (PF) contra Bolsonaro, Miller acusou o ministro de “táticas ditatoriais” e pediu para o ex-presidente “permanecer forte”.
Moraes impôs medidas cautelares a Bolsonaro por considerar que o ex-presidente tentou coagir o curso do processo em que é réu no STF criando “entraves econômicos” no relacionamento entre Brasil e Estados Unidos.
Jason Miller é um dos interlocutores do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos em busca de sanções contra Moraes. Em abril, o aliado de Trump classificou o ministro do STF como uma “ameaça à democracia”. Naquele mês, o ministro havia sido entrevistado pela revista The New Yorker, uma das principais dos Estados Unidos.
Embora não ocupe nenhum cargo no governo americano, Miller é considerado um dos principais conselheiros de Donald Trump e integrou as três campanhas presidenciais do republicano desde 2016, além das equipes de transição em 2016 e 2024.
O empresário é consultor de Trump em assuntos políticos e em estratégias de comunicação. Ele fundou a rede social Gettr, que passou a acolher extremistas após bloqueios e suspensão de contas em plataformas como Facebook e Twitter.
Em setembro de 2021, Jason Miller foi recebido pela família Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Ao sair do País, foi abordado pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília e prestou depoimento no inquérito do STF que apura a atuação das “milícias digitais”. A investigação é relatada por Alexandre de Moraes.
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