Deputado petista pede ao STF prisão de Eduardo Bolsonaro
O deputado Alencar Santana (PT-SP) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) avalie decretar a prisão preventiva do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta coação na ação penal do golpe, que tem como um dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista afirmou que Eduardo ameaçou as eleições de 2026 no País e usou o tarifaço dos Estados Unidos para pressionar o STF.
O PT já havia feito outra solicitação nesse sentido por meio dos líderes do partido na Câmara e no Senado, Lindberg Farias e Randolfe Rodrigues, que apontaram “atentado à soberania nacional”. Os dois pedidos ainda não foram julgados.
“Eduardo Bolsonaro atua com objetivo interromper e interferir no curso da ação penal. Acrescenta à notória extorsão da tarifa de 50%, condicionando ao desfecho favorável a Bolsonaro, outro ataque à soberania política, à realização de eleições livres”, escreveu o parlamentar, acrescentando que Eduardo, morando nos EUA, segue cometendo o crime de coação “ininterruptamente”.
O processo chegou na segunda-feira, 21, ao gabinete do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. É provável que a ação seja encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe e de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro.

Alencar Santana citou as seguintes declarações de Eduardo Bolsonaro na última sexta-feira, 18, dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal:
“Não tô preocupado com eleição. Se o Brasil não resolver nos próximos meses ou próximas semanas essa crise institucional, não haverá eleição em 2026. Eu tô preocupado é a gente chegar em uma eleição em 2026 sem Bolsonaro poder concorrer. […] Trump não vai recuar diante de Alexandre de Moraes. Se houver o cenário de terra arrasada, eu estarei vingado destes ditadores de toga”.
Eduardo Bolsonaro fez alusão ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no começo do mês. Na carta em que comunicou a sobretaxa às importações brasileiras, o líder norte-americano alegou que Bolsonaro é vítima de uma perseguição judicial e reclamou de decisões do STF contra big techs daquele país.