Bolsonaristas dominam redes após operação da PF contra Bolsonaro, diz levantamento
A operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última sexta-feira, 18, voltou a mobilizar a militância bolsonarista, que dominou a reação nas redes sociais, com 61% das menções sobre o caso. O levantamento, obtido pela Coluna do Estadão, foi feito pela AM4 Brasil Inteligência Digital.
O monitoramento considerou publicações das 7h às 15h da sexta-feira, 18. Nesse período, Bolsonaro recebeu a PF em sua casa e foi conduzido pelos agentes à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para colocar tornozeleira eletrônica. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente confessou uma extorsão contra a Justiça brasileira ao atrelar o fim do tarifaço dos EUA à própria anistia.
De acordo com a agência, 61% das menções ao episódio foram feitas por apoiadores do ex-presidente. Os críticos de Bolsonaro representaram 24% das citações, enquanto outros 15% foram mapeados como neutros.
“Este episódio confirma a dinâmica híbrida da política contemporânea brasileira, marcada por guerras de informação, mobilizações coordenadas e disputas de legitimidade narrativa”, disse o fundador da AM4, Marcos Carvalho, que atuou nas campanhas presidenciais de Bolsonaro em 2018 e de Lula em 2022.

No núcleo bolsonarista nas redes sociais, os termos predominantes foram “perseguido político”, “patriota”, “volta em 2026” e “STF é ditadura”. O levantamento identificou o possível uso de robôs para impulsionar essas expressões.
Já entre os opositores de Bolsonaro, as principais referências nas redes sociais foram “tornozeleira como símbolo de justiça”, “mentiu sobre o Pix”, “traidor da soberania” e “lugar de bandido é na cadeia”. A agência ressaltou que o foco desse grupo foi em memes e hashtags pejorativas, com o uso de ironia e humor.
Nos 15% que responderam à operação da PF como neutros ou céticos, dominou o uso de frases como “todos os políticos são iguais”, “o país está cansado dos extremos” e “desconfiança nas instituições e nas pesquisas”.