Ex-governador Rodrigo Garcia se aproxima de Tarcísio e quer estar em chapa do governador
O ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), deseja voltar às urnas. Ele quer participar do projeto eleitoral para derrotar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o PT em 2026 e tem se aproximado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O objetivo de Garcia é estar na chapa articulada por Tarcísio em São Paulo, como candidato ao Senado, a vice-governador ou até mesmo a governador caso o aliado decida se candidatar a presidente. Ele demonstrou disposição a contribuir com o grupo mesmo se não for candidato.
Pessoas próximas ao ex-chefe do Executivo paulista adotam cautela e dizem que é necessário aguardar os movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do próprio Tarcísio. A tarifa imposta por Donald Trump embaralhou ainda mais o cenário eleitoral.
Depois de apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de liberar viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, Tarcísio ajustou a rota e passou a defender uma negociação com os americanos sem incluir a anistia, posição contrária a do próprio Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro. O governador também anunciou medidas para ajudar exportadores paulistas que podem ser prejudicados pelo tarifaço.
“Nunca saí das discussões políticas nem de gestão do meu Estado e do meu País. Chamado, sempre contribuo e assim farei para derrotarmos este desastroso governo do PT”, respondeu Garcia a um pedido de comentário do Estadão.

Uma decisão que terá que ser tomada nos próximos meses é quanto ao partido. O ex-governador passou quase três décadas filiado ao DEM (atual União Brasil) e se filiou ao PSDB para assumir o comando do Estado em 2022, quando João Doria renunciou, visando uma candidatura presidencial que não se concretizou.
Sem legenda desde o ano passado, o ex-governador tem três opções na mesa: Republicanos, MDB ou União Brasil. A avaliação é que ele teria mais espaço no Republicanos, cuja cúpula do partido vê sua chegada com bons olhos, conforme um integrante do partido relatou à reportagem.
O caminho do ex-governador seria mais difícil no MDB, que tem o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), como postulante a governador, e no União Brasil, federado com o PP, cuja prioridade é a candidatura do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), ao Senado ou ao governo estadual.
Rodrigo Garcia ficou em terceiro lugar, com 18% dos votos, na eleição para governador e declarou apoio a Bolsonaro contra Lula – contrariando uma ala dos tucanos que se dividiram entre a neutralidade e o apoio ao petista – e a Tarcísio contra Fernando Haddad (PT). Posteriormente, disse que não se arrependeu e que a decisão foi coerente com sua trajetória política.
Depois de um período sabático, o ex-governador coordenou o plano de governo de Nunes na eleição municipal de 2024, ocasião em que se aproximou de Tarcísio, principal cabo eleitoral do prefeito de São Paulo.
Garcia tem dito a interlocutores que qualquer movimento será feito em alinhamento com Tarcísio e Nunes. O prefeito quer ser candidato a governador e disse recentemente que “não tem como negar” eventual pedido do governador para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
As vagas na chapa liderada ou apoiada por Tarcísio estão disputadas. Há ao menos seis postulantes a quatro ou três vagas, se o governador disputar a reeleição. Além de Garcia, Nunes e Derrite, estão no páreo o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado (PL).