João Paulo Cunha volta ao jogo político com benção de Lula e planeja disputar vaga na Câmara em 2026
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, integrante da “velha guarda” do PT, planeja concorrer a uma vaga de deputado federal nas eleições de 2026. Um dos réus do mensalão, o petista estudou Direito e hoje é um advogado renomado, mas nunca deixou de fazer articulações políticas. Nesta sexta-feira, 25, em Osasco, ouviu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o que queria: um apelo para retornar de vez à política.
“E João Paulo, trata de voltar para a política. Para de ganhar dinheiro como advogado em Brasília. Vem para a porta de fábrica fazer comício, pô”, disse Lula em evento em Osasco (SP).
João Paulo Cunha tem, até hoje, bom trânsito tanto no Palácio do Planalto quanto no Congresso. Em entrevista ao Estadão em 2024, ele disse que o governo precisava se preparar para enfrentar o avanço da centro-direita e defendeu que Lula nomeasse o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para um ministério depois que ele deixasse o posto – a ideia foi discutida, mas acabou não saindo do papel.
Alvejado pelo escândalo do mensalão, João Paulo terminou de estudar Direito quando ainda estava na prisão. Na Papuda, ele escreveu dois livros, sendo um de poesia. Alguns anos depois, sua banca de mestrado contou com o ministro, Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e também com Paulo Gonet, hoje procurador-geral da República.
Outra figura emblemática do PT e do mensalão que disputará vaga na Câmara em 2026 é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Recentemente, ele assumiu a função de cabo eleitoral de Edinho Silva, que se elegeu presidente do PT. Numa carta aberta aos militantes petistas, além de defender a unidade para perseguir uma frente ampla de esquerda em 2026, chamou os pares para uma “revolução social” e apontou os alvos: a Faria Lima e o Banco Central.
