‘Estar em Salvador é simbólico’, diz Djamila Ribeiro sobre Mulheres Negras em Movimento
Texto: Thaís Seixas
Foto: Carla Lucena
Ela é filósofa, escritora, ativista social e a primeira brasileira a lecionar no programa Martin Luther King, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), um dos principais centros de estudo e pesquisa em ciências, engenharia e tecnologia do mundo. Djamila Ribeiro, que dispensa apresentações, esteve na capital baiana neste domingo (27), para participar da programação do Circuito Mulheres Negras em Movimento, realizado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).
Durante o evento, Djamila contou detalhes da trajetória pessoal e profissional, desde a relação com os pais e a avó, passando pela maternidade, vida acadêmica, a experiência como professora nos Estados Unidos e as viagens a países africanos. Ela também citou as mulheres negras que a inspiram, a exemplo de Lélia González, Luiza Bairros, Carolina Maria de Jesus e Carla Akotirene.
“Fiquei muito feliz quando recebi o convite, sobretudo por ser a primeira edição do Mulheres Negras em Movimento, e por saber também que agora é uma política pública que vai acontecer todos os anos. A Bahia traz tantas mulheres que são referências na luta, como Maria Felipa, e tantas contemporâneas dos movimentos de mulheres negras. Então eu fico muito feliz de estar aqui, fazer parte desse movimento e também pensar mulheres negras em movimento. As mulheres negras estão aí, cada uma em sua profissão. Elas também estão movimentando, independente fazerem parte ou não de um movimento organizado. Eu fico muito feliz, acho mais simbólico ainda de estar aqui”, diz ela.
Djamila enfatizou ainda a importância de trocar experiências em eventos como esse. “Sempre quando participo desses eventos, aprendo muito também. É sempre uma troca da gente cada vez mais conhecer autoras novas e ouvir outras vozes, e isso enriquece também o meu próprio repertório”.