29 de julho de 2025
Politica

General que assumiu autoria de plano para matar Lula, Moraes e Alckmin tem salário de R$ 35 mil

O general da reserva Mário Fernandes, que assumiu a autoria de um plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebe um salário de R$ 35 mil do Exército.

Em depoimento ao STF na última semana, Fernandes disse que o “Plano Punhal Verde e Amarelo”, apontado pela Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal como plano para assassinar autoridades, era um “pensamento digitalizado” e não foi compartilhado com ninguém.

“Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu que foi digitalizado, é um estudo de situação. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém” afirmou o general.

Segundo a denúncia, o militar da reserva imprimiu o documento no Palácio do Planalto e no dia seguinte foi ao Palácio da Alvorada, onde morava o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Bolsonaro.

Ainda de acordo com a acusação, Fernandes também imprimiu no Planalto um documento que previa a criação de um “Gabinete de Crise”, que seria criado após um golpe de Estado no País.

Defesa nega plano de assassinato e pede soltura

Em documento enviado ao STF após o depoimento, a defesa do general disse que Fernandes “não confessou plano de matar ninguém” e tampouco compartilhou o documento “Punhal Verde e Amarelo” com outros acusados.

Os advogados pediram que o STF revogue a prisão preventiva de Fernandes ou aplique as mesmas medidas cautelares impostas ao ex-presidente, que usa tornozeleira eletrônica. Os advogados apontaram que Bolsonaro foi denunciado como líder da organização criminosa golpista, posição superior à do general.

O general Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército
O general Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército

Boa parte do salário virará pensão à família se general for condenado e expulso

O general é réu na ação penal do golpe e está preso preventivamente. Mesmo que seja condenado pelo Supremo e expulso da Força, vai manter boa parte do salário de R$ 35 mil do Exército, em forma de pensão à família.

Como mostrou a Coluna do Estadão, isso já aconteceu com o primeiro militar expulso das Forças Armadas por ter sido condenado pela participação no 8 de Janeiro. Familiares do ex-suboficial da reserva da Marinha Marco Antônio Braga Caldas receberão R$ 11 mil mensais.

A benesse, chamada de “morte ficta”, autoriza o pagamento de pensão a militares expulsos, como se tivessem morrido. O governo propôs encerrar o benefício, mas a Câmara travou o projeto.

Ex-presidente Jair Bolsonaro e general Mario Fernandes
Ex-presidente Jair Bolsonaro e general Mario Fernandes

 

 

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