Dino diz que estátua do STF ‘só não saiu correndo porque não pode’
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ao comentar sobre a estátua “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti, que fica em frente ao prédio da Corte, diz que ela “só não saiu correndo, porque não pode”. O monumento instalado na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), representa uma mulher, sentada e vendada, segurando uma espada, um dos símbolos usados para caracterizar a imparcialidade das leis.
“Essa pobre dessa estátua só não saiu correndo porque ela não pode, porque ela já recebeu pedra, já recebeu pichação, já recebeu bomba”, disse Dino durante um evento do Tribunal de Justiça do Maranhão, em São Luís, nesta terça-feira, 29.
“Todo dia vai um lá vaiar a estátua, dizendo que é encarnação do mal, do demônio, do satanás, faz exorcismo na pobre da estátua e ela não pode sair correndo e ainda tem que ouvir esse tipo de posição nitidamente externada”, completa o magistrado.

A estátua “A Justiça” foi instalada em 1961, idealizada pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti. O monumento busca reivindicar a neutralidade nas decisões jurídicas sem olhar a aparência, conforme pontua o cientista social, Lucas Barbosa.
Nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, a Estátua da Justiça foi pichada com a frase “Perdeu, mané” por Débora Rodrigues dos Santos, que está presa desde março de 2023.
Em novembro de 2024, o monumento foi abalado por uma série de explosões que atingiram a Praça dos Três Poderes, próximo ao prédio do Supremo Tribunal Federal.
A estátua, forjada em bloco monolítico, mede três metros de altura e é um dos principais símbolos turísticos para os visitantes da capital federal. Desde que foi criada, a estátua está localizada na Praça dos Três Poderes, ponto central que une as três representações da democracia brasileira, o Executivo, Legislativo e Judiciário.
Diferentemente das demais representações tradicionais da Justiça, a escultura de Brasília não tem uma balança na mão. Isso porque ela é baseada na deusa romana Justiça, que corresponde à grega Dice, filha de Zeus com Têmis, considerada a guardiã dos juramentos dos homens.