30 de julho de 2025
Politica

Motta critica tarifa de Trump e diz que sanção tem como meta ‘ingerência em assuntos internos’

BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse, de forma indireta nesta terça-feira, 29, que tem uma “profunda preocupação” com as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, que teria como objetivo a “ingerência em assuntos internos”.

Motta também definiu o contexto internacional atual como “marcado por crescentes tensões geopolíticas, intolerância, protecionismo e enfraquecimento do multilateralismo”.

O pronunciamento foi dado em discurso na 6ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamento, evento em colaboração com a Organização das Nações Unidas, na Suíça.

Hugo Motta, presidente da Câmara, na 6ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamento
Hugo Motta, presidente da Câmara, na 6ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamento

“No domínio comercial, aprovamos a Lei de Reciprocidade Econômica. Com ela, o Brasil tem ferramentas adequadas para responder a práticas discriminatórias em relação aos produtos brasileiros. É uma resposta serena, mas firme, em linha com a nossa profunda preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais para fins protecionistas e para ingerência em assuntos internos de outros países”, disse Motta.

O presidente da Câmara, segundo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pode ser alvo de sanções do governo americano por meio da Lei Magnitsky, que pode suspender vistos, assim como já ocorreu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A condicional para evitar a Magnitsky, segundo o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é pautar a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. “O (presidente do Senado) Davi Alcolumbre (União-AP) não está nesse estágio ainda, mas certamente está no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado e não acontecer nada com o visto dele, se ele não der respaldo ao regime. E também o Hugo Motta, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da lei da anistia”, disse Eduardo.

Há duas semanas, Motta falou, ao lado de Alcolumbre e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), num vídeo em que defendem a atuação conjunta entre governo e Congresso na reversão das tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros.

“Estamos prontos para estar na retaguarda do Poder Executivo para que, nas decisões necessárias à ação do Parlamento, nós possamos agir com rapidez, com agilidade, para que o Brasil possa sair mais forte desta crise”, disse Motta.

As tarifas vão começar a valer no dia 1º de agosto, segundo Trump, e não serão adiadas. Uma comitiva de oito senadores foi aos Estados Unidos dialogar com parlamentares nesta semana, mas não vão conversar com representantes da Casa Branca. A perspectiva de um acordo com o Brasil parece distante.

“No ano em que celebramos os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e da criação das Nações Unidas, o contexto internacional está marcado por crescentes tensões geopolíticas, intolerância, protecionismo e enfraquecimento do multilateralismo”, discursou Motta nesta terça-feira.

 

 

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