Perícia feita a pedido do STF considera réu do 8 de Janeiro ‘incapaz’
Uma perícia judicial feita a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que o motorista Carlo Caponi, réu no processo do 8 de Janeiro, era “incapaz” de compreender os crimes por que é julgado, por causa de uma doença psiquiátrica. Caponi participou dos atos golpistas em Brasília e ficou preso por quatro meses.
“Caponi apresentava à época dos fatos comprometimento na sua capacidade de decisão e controle voluntário, pela interferência direta do meio que o circundava. Não havia noção de crime propriamente dito”, afirmou o perito médico da Justiça de Santa Catarina que examinou o réu.
O laudo, enviado ao STF na última sexta-feira, 25, apontou ainda que Caponi era “incapaz de entender o caráter criminoso do fato” e tem histórico de internação psiquiátrica. Segundo o documento, ele precisa de acompanhamento médico permanente, sem previsão de alta.
Agora, o material será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Não há um prazo para que isso aconteça.
Caponi ficou preso por quatro meses, de janeiro a maio de 2023. Desde então, usa tornozeleira eletrônica. Em abril daquele ano, o Supremo aceitou a denúncia da Procuradoria e tornou o motorista réu pelos seguintes crimes: incitação ao crime; associação criminosa; e concurso material.

Moraes absolveu outro réu por transtorno mental
Outro réu já havia sido considerado “incapaz” pela Justiça no 8 de Janeiro, como mostrou a Coluna do Estadão. Em dezembro passado, Moraes soltou um réu que havia recebido esse diagnóstico de um laudo feito a pedido da Corte. Ele ficou preso sete meses. Em março, o homem foi absolvido a pedido da PGR, em razão de transtornos psiquiátricos.