Tarifas: governo brasileiro não tem saída fora resistir
Em que pese a vexaminosa falta de interlocução política com os Estados Unidos, o governo brasileiro está essencialmente correto em resistir às investidas mafiosas da gestão Donald Trump. O objetivo dos atuais mandatários dos Estados Unidos não parece ser econômico, muito menos político. Vai além. No afã de subjugar o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, acabam por humilhar um país inteiro.
O papel do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, nessa história, ainda precisa ser melhor esclarecido, assim como de seus asseclas. Mas com a ladainha de proteger a democracia (regime que não admiram, ao contrário), querem o inadmissível: a anistia a um político acusado de ter planejado um malfadado golpe de Estado. Há evidências gritantes nesse sentido. Editorial do Estadão desta quinta-feira, 31, deixa claro o que Eduardo merece: cassação de mandato. É o mínimo para um personagem que tomado pela vaidade, não mede mais as consequências de seus atos, que incluem atacar diuturnamente gente de seu campo politico.

Muitas vezes (poderíamos dizer, na maioria das vezes), o STF age nesse imbróglio como um elefante na loja de louças. Não tem mais pudores até de, algumas vezes, lançar mão de uma bomba atômica inaceitável: a censura. Mas esse erro brutal não deve nos tirar o foco de que o crime cometido por Jair Bolsonaro & caterva foi gravíssimo e merece punição severa.
Como bom populista latino-americano, Lula em um primeiro momento, quis vencer na retórica, no gogó. Teve até provocação barata contra o valentão americano ao comer jabuticaba no pé. Mesmo com acenos problemáticos ao Brics, hoje um grupo de muitos ditadores sem disfarce, Lula precisa mostrar serviço e tentar resolver a situação. Aliás, presidentes são eleitos para isso, solucionar problemas – mesmo os não criados por eles. Até porque o vice Geraldo Alckmin e um grupo de senadores que está nos EUA deram com a cara na porta. Um elemento complicador da negociação é que Lula e Trump precisarão, para os seus, proclamar vitória.
Tão confusos estão os governadores da centro-direita. Caíram numa espécie de limbo político. Num primeiro momento aplaudiram as sanções contra o próprio País e causaram comoção no setor produtivo e financeiro do Brasil. Tiveram que rever suas posições e agora apanham da extrema-direita. Assim como todo movimento totalitário, o bolsonarismo exige submissão total às suas ideias e crenças.
Se pudermos ser otimistas nessa confusão, a melhor hipótese seria eles sairem isolados e enfraquecidos disso tudo. A conferir.