7 de agosto de 2025
Politica

Aliados de Bolsonaro criticam Moraes por gesto obsceno no jogo do Corinthians: ‘Isso é postura?’

No mesmo dia em que foi alvo de sanções da Lei Magnitsky, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi à Neo Química Arena assistir ao clássico entre Corinthians, do qual é torcedor, e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Acompanhado da esposa, o ministro sorriu, acenou para o público e fez um gesto obsceno com o dedo médio. Nas redes sociais, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram a atitude do magistrado.

Ministro Alexandre de Moraes faz gesto obsceno em jogo em São Paulo
Ministro Alexandre de Moraes faz gesto obsceno em jogo em São Paulo

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a “postura” de Moraes. “Isso é postura de ministro, sancionado?”, ironizou o mineiro.

Nikolas foi um dos políticos que comemorou a edição da Lei Magnitsky contra Moraes. Segundo Nikolas, as sanções contra o magistrado representam “um marco” nas denúncias contra “abusos de autoridade” no Brasil.

O parlamentar chamou o decreto do governo Trump de “simbólico e contundente”.

Os filhos do ex-presidente reagiram ao gesto. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a atitude de Moraes é uma “banana de vale-tudo”.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), disse ser o “fundo do poço” e a confirmação de que as punições contra o ministro do STF estão corretas. “Que recado para o mundo”, disse o filho “03″ do ex-presidente.

A edição da Lei Magnitsky contra Moraes ocorre após um semestre de atuação de Eduardo nos Estados Unidos. O filho de Jair Bolsonaro é investigado no STF por buscar punições ao País e a autoridades brasileiras como forma de coagir o processo penal contra seu pai, réu por golpe de Estado.

Eduardo comemorou o decreto da Lei Magnitsky contra Moraes e sugeriu a aprovação de uma anistia no Congresso como contrapartida para o fim da investida do governo Trump contra o Brasil.

A publicação de Eduardo foi replicada pelo irmão Carlos Bolsonaro (PL), vereador do Rio de Janeiro, que ironizou o magistrado: “Isso que é democracia, respeito ao povo e liberdade de expressão!”.

Ao repercutir a edição da Lei Magnitsky contra Moraes, Carlos não foi enfático em favor da medida, mas discorreu sobre regimes autoritários e o direito à expressão.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou Moraes por ser “deselegante e agressivo com torcedores”, enquanto o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) afirmou que o gesto “materializa o que virou a Suprema Corte, briga de torcida”. “Como ensinar nossos filhos a terem respeito, bom comportamento vendo esse juiz fazer isso?”, disse o capixaba.

Evair de Melo é autor de uma proposta legislativa que beneficiaria Eduardo Bolsonaro. Melo quer alterar o Regimento Interno da Câmara para permitir que um deputado exerça o mandato do exterior.

Outro parlamentar que sugere uma medida que favoreceria um membro da família Bolsonaro é Bibo Nunes, deputado federal do PL do Rio Grande do Sul. Nunes é autor de um projeto que enfraquece a Lei da Ficha Limpa.

A mudança proposta pelo gaúcho habilitaria Jair Bolsonaro para concorrer à Presidência em 2026. Sobre o gesto de Moraes, Bibo Nunes afirmou se tratar de “motivo cabal” para o impeachment do ministro, por ferir a “liturgia do cargo”. “Postura zero”, complementou o deputado.

O deputado federal Gilberto Silva (PL-PB) disse que Moraes “está desmoralizando todo o Poder Judiciário do País” e cobrou o Senado, a Casa legislativa que pode instaurar pedidos de impeachment de ministros do STF.

O deputado federal Daniel Freitas (PL-SC) disse que Moraes “se descontrolou”. O parlamentar comparou o gesto com a ocasião em que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, xingou Elon Musk durante um evento paralelo ao G-20.

O governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, puniu Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky nesta quarta-feira, 30. O magistrado é a primeira autoridade de um país democrático a ser punida com as sanções previstas na norma, criada para restringir direitos de violadores graves dos direitos humanos, como condenados por tortura, terrorismo, tráfico humano e assassinatos em série.

 

 

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