André Mendonça não irá a jantar de Lula com ministros do STF após sanções de Trump contra Moraes
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), avisou a colegas que não irá ao jantar com o presidente Lula (PT) e magistrados da Corte nesta quinta-feira, 31, no Palácio da Alvorada. O grupo vai tratar de uma reação o uso da Lei Magnitsky feito pelo governo dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes. A legislação norte-americana, que prevê sanções financeiras a estrangeiros, tem entre seus alvos terroristas, traficantes e ditadores.
Indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mendonça foi ministro da Justiça e advogado-geral da União daquele governo. Discreto, ele é visto como um contraponto no tribunal a Moraes, especialmente em processos do 8 de Janeiro. Mendonça já defendeu penas mais brandas e que os casos não fossem julgados pelo Supremo, mas ficou vencido nas sessões.
O encontro de Lula com os integrantes do Supremo começou a ser discutido na quarta-feira, 30, dia em que Moraes foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos pela Lei Magnitsky.
O presidente conversou, no Palácio do Planalto, com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o decano Gilmar Mendes e o ministro Cristiano Zanin, que foi advogado do petista na Lava Jato.

No jantar, Lula deve detalhar a estratégia da Advocacia-Geral da União para tentar reverter as sanções aplicadas contra ministros do STF. Além de Moraes, outros sete colegas haviam sido punidos com a perda de visto norte-americano.
Ficaram de fora da ofensiva André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados por Bolsonaro, e Luiz Fux, que tem contestado decisões de Moraes na Primeira Turma da Corte, onde tramita a ação penal do golpe contra o ex-presidente.