4 de agosto de 2025
Politica

USP sai em defesa de Moraes após aplicação da Lei Magnistky

A Universidade de São Paulo (USP) divulgou nesta segunda-feira, 4, nota pública em que defende o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o magistrado ser alvo de sanções dos Estados Unidos. O juiz também atua como professor na instituição e é titular de Direito Eleitoral na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco.

De acordo com a universidade, “a Lei Magnitsky, de 2016, utilizada como fundamento jurídico para a medida, não é aplicável ao caso”. “Estamos, portanto, diante de episódio típico de desvio de finalidade”, completa a instituição.

O dispositivo aplicado em Moraes foi planejado para punir violadores de direitos humanos, torturadores, terroristas e criminosos que lavam dinheiro. A lei impede que o ministro acesse os EUA, movimente bens no país e use serviços de empresas americanas. É a primeira vez que a norma é usada contra uma autoridade de um país democrático e o próprio líder da campanha global pela aprovação da lei chamou a decisão de “momento vergonhoso”.

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi defendido pela USP, instituição na qual leciona
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi defendido pela USP, instituição na qual leciona

A USP argumenta que “as restrições que agora são impostas contra o professor Alexandre de Moraes não têm sustentação jurídica nem amparo na razão, assim como não encontram guarida na tradição das relações históricas entre Brasil e Estados Unidos”.

A punição via Lei Magnitsky ocorreu após articulação feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se autoexilou nos EUA e de lá pede por represálias contra o País e contra autoridades com o intuito de pressionar o Congresso a conceder anistia para os condenados pela trama golpista, incluindo seu pai.

“Não se faz segredo que tal medida busca interromper um processo penal no âmbito do STF”, escreve a USP. “O ministro Alexandre de Moraes sofre perseguição porque cumpre seu dever legal, conduzindo o processo em que, não é demais lembrar, se assegura amplo e total direito de defesa aos acusados”, complementa.

Por fim, a carta ainda informa que faculdade se solidariza com o magistrado e afirma que Moraes não está sozinho. No retorno do recesso, que ocorreu no dia 1º, os ministros da Corte também manifestaram apoio a Moraes em discursos públicos.

O presidente do Tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, também afirmou que “todos os réus serão julgados com base nas provas produzidas, sem qualquer interferência, venha de onde vier”, dando a entender que a Corte não irá permitir intervenção estrangeira.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *