10 de agosto de 2025
Politica

Promotoria inocenta empresário por lavagem de dinheiro de ‘Arrepiado’ do PCC via UPBus e maquininhas

O Ministério Público de São Paulo concluiu que o empresário Luiz Sérgio Ferreira da Mota não tem ligação com um poderoso esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio das empresas UPBus e Transwolff – que operam no sistema de transporte público da capital paulista -, via uso de maquininhas de cartão de crédito. Em decisão de três páginas, um grupo de seis promotores que conduzem a Operação Sharks promoveu o arquivamento da investigação que colocava Mota sob suspeita.

O criminalista Renato Stanziola Vieira, que representa o empresário, disse que Mota ‘não só não teve qualquer envolvimento com qualquer atividade ilícita como, muito menos, que o vinculasse ao PCC’.

A decisão dos promotores alcança outros cinco citados na mesma investigação – Robson Dionis Amaral Pereira, Paulo Fabrício Simão, Ronaldo Tirico Linero, Rodrigo Munhoz Ramos e Daniel Gianfratti.

“Com base nos elementos constantes da investigação, após detido exame das informações obtidas por meio das medidas cautelares investigativas deferidas, não foram encontrados elementos que vinculem Robson Dionis Amaral Pereira, Luiz Sérgio Ferreira da Mota, Paulo Fabrício Simão, Ronaldo Tirico Linero, Rodrigo Munhoz Ramos e Daniel Gianfratti à lavagem de capitais relacionada à UPBus”, atestam os promotores que subscrevem o arquivamento, entre eles Fábio Bechara e Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado/Núcleo da capital).

Eles destacam que a investigação da Promotoria ‘se valeu das informações obtidas junto à Receita Federal, bem como de medidas cautelares investigativas, as quais identificaram dados cibernéticos e extensa movimentação financeira entre os investigados’.

PCC é suspeito de utilizar empresas de maquininhas de cartão de crédito para lavagem de dinheiro e ocultar bens, segundo o Gaeco
PCC é suspeito de utilizar empresas de maquininhas de cartão de crédito para lavagem de dinheiro e ocultar bens, segundo o Gaeco

“Contudo, nenhuma das medidas investigativas trouxe elementos que indiquem a vinculação dos investigados aos fatos descortinados no âmbito da UPBus”, concluem.

O Procedimento Investigatório Criminal do Gaeco que citava Luiz Sérgio Ferreira da Mota foi instaurado em agosto do ano passado a partir da Operação Sharks – derivada da Operação Fim da Linha -, que apurou a responsabilização penal de uma das principais lideranças do PCC, Silvio Luiz Ferreira – o ‘Arrepiado’, ou ‘Cebola’ ou ‘Equador’.

Ao menos 28 empresas-fantasmas teriam sido criadas pelo esquema de ‘Arrepiado’ com objetivo de obter máquinas de cartão, citou o Gaeco. Em conluio com outros acusados, o líder da facção se teria utilizado da concessionária de transporte público municipal UPBus Qualidade em Transportes S.A. ‘para ocultar e dissimular a origem ilícita do produto e do proveito dos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, roubo, dentre outros correlatos’.

“Segundo se apurou, Luiz Sérgio Ferreira da Mota era sócio oculto da empresa que operava com maquininhas de pagamento”, anotou, à época, a Promotoria. Os sistemas da empresa estariam ‘inseridos em um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro do PCC”, apontou ainda o Gaeco.

Já naquela ocasião, a defesa de Ferreira da Mota repudiou a suspeita. Os advogados do empresário protestaram que ele ‘nunca foi ouvido ou intimado para se manifestar sobre os fatos, mesmo tendo se colocado à disposição dos promotores’.

No último dia 29 de julho, os promotores arquivaram a investigação, ‘diante da inexistência de elementos que vinculem os investigados aos crimes praticados por intermédio da UPBus’.

COM A PALAVRA, A DEFESA

O criminalista Renato Stanziola Vieira, que representa Luiz Sérgio Ferreira da Mota, disse que a decisão de arquivamento ‘vai na mesma linha já adiantada por seus advogados, que sempre afirmaram que Luiz Sérgio não só não teve qualquer envolvimento com qualquer atividade ilícita como, muito menos, que o vinculasse ao PCC’.

“Por decisão de 29 de julho de 2025, os promotores de Justiça integrantes do Gaeco de São Paulo determinaram o arquivamento da investigação que corria em desfavor de Luiz Sérgio Ferreira da Mota”, anotou a defesa, em nota ao Estadão.

Renato Stanziola Vieira assinala. “Segundo os promotores, após detido exame dos elementos e das informações obtidas por meio das medidas cautelares investigativas deferidas, não foram encontrados elementos que o vinculassem à lavagem de capitais em apreciação no que diz respeito à UPBus.”

 

 

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