7 de agosto de 2025
Politica

Centrão ‘faz teatro’ com obstrução no Congresso para acenar a Bolsonaro, mas blinda pauta econômica

A adesão de parte do Centrão à obstrução dos trabalhos legislativos encampada por bolsonaristas é vista na Câmara e no Senado como um “teatro”. Lideranças do Congresso ouvidas pela Coluna do Estadão dizem que PP e União Brasil precisam fazer um aceno ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A paralisação do Legislativo, contudo, deve ser passageira e a pauta econômica do governo Lula está blindada, de acordo com esse grupo político.

Bolsonaristas ocuparam as Mesas Diretoras das duas Casas para tentar forçar a votação do projeto que anistia os condenados pela invasão dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Também pressionam pelo impeachment de Moraes. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), condenaram a obstrução e convocaram líderes partidários para reuniões, em uma tentativa de resolver o impasse.

Integrantes do Centrão conversaram com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, e mandaram ao governo o recado de que a obstrução deve ser passageira.

As lideranças de partidos de centro-direita citam o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) como prioridade máxima. A proposta é relatada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que também fez um aceno a Bolsonaro, mas antes do recesso parlamentar apresentou relatório que agradou ao Planalto. Também dizem que estão dispostos a discutir a Medida Provisória (MP) que compensa o recuo em parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Como mostrou a Coluna, o governo Lula sofreu um choque de realidade e precisou “descer do salto” com o “tudo ou nada” da oposição para travar a agenda do Executivo no Congresso. A expectativa de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva era de relação zerada com o Legislativo na volta do recesso parlamentar, mas o clima hostil gera imprevisibilidade.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

 

 

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