8 de agosto de 2025
Politica

Obstrução da oposição atrapalha Comissão da Câmara e bolsonarista ocupa mesa do colegiado

BRASÍLIA – Em obstrução de modo a impedir os trabalhos legislativo no Congresso Nacional, a oposição tumultou a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, com um deputado ocupando a Mesa Diretora, assim como no plenário, em protesto à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Paulo Bilynskyj (PL-SP) tomou essa decisão. “O motivo da minha permanência na Mesa é uma questão chamada paridade de armas, que diz respeito à defesa nos mesmos termos e com a mesma intensidade do ataque”, disse.

Deputado Paulo Bilynskyj foi à Mesa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara protestar contra ofensas - depois, ocupou uma cadeira para fazer 'paridade de armas'.
Deputado Paulo Bilynskyj foi à Mesa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara protestar contra ofensas – depois, ocupou uma cadeira para fazer ‘paridade de armas’.

A permanência do parlamentar do PL causou protestos de governistas. “O senhor não foi eleito para estar na Mesa”, afirmou Tadeu Veneri (PT-PR). “Me retire”, respondeu Bilynskyj. “Ah, que lindo, ‘me retire’! A sua moral deveria ser tirar-se”, completou Veneri.

O presidente da comissão, Reimont (PT-RJ), disse que não iria chamar a Polícia Legislativa para retirar o deputado à força para não constranger os agentes. “Eu não vou pedir ao Depol (Departamento de Polícia Legislativa) para retirar o Bilynskyj porque não é constrangedor para ele, mas constrangedor para a Polícia Legislativa, que eu respeito muito”, disse.

Bilynskyj foi até a Mesa, por onde permaneceu por 20 minutos, dizendo que foi ofendido pelo presidente da comissão e outros governistas. “Eu fui ofendido por mais de uma vez”, afirmou.

Antes do protesto, Reimont chamou os deputados de oposição de “extrema direita” – o que causou incômodo aos parlamentares do PL.

Reimont também disse que iria “oferecer esparadrapos” para a próxima sessão, referência ao protesto feito por bolsonaristas na terça-feira, 5.

A pauta da Comissão de Direitos Humanos nesta quarta-feira, 6, tem requerimentos para realização de audiências públicas e analisar dois projetos de lei: o primeiro dificulta a proposição de acordo de não persecução penal como alternativa de cumprimento de pena em caso de racismo. A segunda proposição dificulta as desapropriações caso atinjam comunidades tradicionais ou de baixa renda.

 

 

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