Planalto liga alerta para enfraquecimento de Hugo Motta após motim bolsonarista
O Palácio do Planalto ligou o alerta e viu com preocupação o possível enfraquecimento da liderança do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o motim bolsonarista no plenário da Casa que exigiu uma longa operação para ser encerrado na noite desta quarta-feira, 6.
Integrantes do governo que conversaram com a Coluna Estadão afirmaram que, apesar das rusgas com a derrubada do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta em Motta como garantidor da governabilidade e quer mantê-lo forte para que consiga bancar a aprovação da agenda do Executivo, principalmente o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).
Para exemplificar o tamanho da aposta do Planalto em Motta, governistas lembram que o PT e Lula bancaram um apoio antecipado a Motta na corrida pela presidência da Câmara, em detrimento do aliado Antonio Brito (PSD-BA).
Na manhã desta quinta-feira, 7, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais defender Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). “Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, agiram corretamente diante do motim da oposição, que tentou impedir o funcionamento do Poder Legislativo”, escreveu.
Deputados da base governista viram fraqueza nas atitudes de Motta e esperavam que ele tivesse retomado sua cadeira no plenário com mais facilidade. “A nossa presença nesta mesa, na noite de hoje, é para garantir duas coisas: a respeitabilidade a essa mesa, que é inegociável com quem quer que seja, e o segundo motivo é para que essa Casa possa se fortalecer”, disse o presidente da Câmara após o fim do motim.
Ao ocupar as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, em reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, bolsonaristas queriam forçar a votação da anistia aos condenados pela invasão dos prédios dos três Poderes e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de uma PEC que muda o foro privilegiado.
