USP concede diplomas póstumos a alunos mortos pela ditadura
A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) realizou nesta segunda-feira, 11, a diplomação póstuma de Arno Preis e João Leonardo da Silva Rocha, dois alunos do curso de Direito que foram mortos pela ditadura militar. O evento ocorreu no dia em que a faculdade celebra 198 anos de criação do seu curto de Direito.
O evento, realizado na Sala dos Estudantes da Faculdade, ainda contou com a inauguração de placas que homenageiam os dois e apresentação de um coral que entoou canções de protesto ao regime militar.

De acordo com a USP, Arno Preis foi executado em 1972. O estudante foi morto com tiros e perfurações por policiais do Batalhão de Goiás e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Após o assassinato, Arno foi enterrado sem identificação.
João Leonardo Rocha, por sua vez, foi assassinado em junho de 1975. Ele era membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), associação de luta armada da esquerda que enfrentou os militares durante o período de repressão. No entanto, na data de sua execução o movimento já não existia mais.
De acordo com a USP, “o projeto Diplomação da Resistência é uma forma institucional de reconhecer e reparar as violências, torturas, perseguições, mortes e desaparecimentos ocorridos durante os 21 anos de ditadura”.
Em agosto de 2024, a universidade já tinha diplomado 15 alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas que foram mortos por militares durante a Ditadura.