Núcleo duro da Câmara ‘blinda’ imagem de Hugo Motta ao adiar decisão sobre foro privilegiado
Lideranças partidárias da Câmara decidiram adiar a análise da PEC que muda o foro privilegiado com o objetivo de “blindar” o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e tentar fazer um “freio de arrumação” em sua imagem. Deputados que participaram da reunião do Colégio de Líderes disseram à Coluna do Estadão que, se o tema fosse pautado nesta semana, seria uma nova derrota de Motta, que ficou enfraquecido após o motim bolsonarista que o impediu de sentar em sua cadeira no plenário por horas.
Aliados de Motta afirmam que ele não participou do acordo que encerrou o motim em troca da promessa de pautar o foro privilegiado. As negociações foram feitas pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Portanto, na avaliação dos líderes, se cedesse ao pleito e pautasse a PEC com rapidez, o atual chefe da Casa demonstraria ainda mais fraqueza. Por mais que integrantes do Centrão vejam benefícios na mudança do foro, já que muitos enfrentam processos no Supremo Tribunal Federal (STF), a prioridade agora é fortalecer o presidente da Câmara.
Como mostrou a Coluna do Estadão, bolsonaristas também viram uma “cortina de fumaça” para abafar o projeto da anistia na defesa que Motta fez de propostas sobre proteção infantil na internet, após o influenciador Felca gravar vídeo denunciando a “adultização” de crianças. A oposição ficou irritada com a “jogada” e viu uma tentativa de Motta de se vincular a uma pauta popular para reverter o desgaste sofrido na semana passada.
