15 de agosto de 2025
Politica

Vídeo de Felca sobre adultização ‘furou’ bolha e repercutiu mais que crise do Pix no WhatsApp

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O vídeo sobre adultização infantil do youtuber Felca alcançou grupos de todos os espectros políticos no WhatsApp. É o que aponta um levantamento da empresa de consultoria Palver, que mediu a repercussão do conteúdo, que compila casos de exposição por influencers da imagem de crianças e adolescentes para monetização em redes sociais.

O estudo identificou que 38% das menções à peça partiram de grupos alinhados à direita, que adotaram duas principais opiniões. Uma parcela a considera um alerta para a deterioração moral no Brasil e a importância de combater a sexualização infantil.

Felca fez vídeo denunciando exploração de crianças e adolescentes na internet
Felca fez vídeo denunciando exploração de crianças e adolescentes na internet

Outra parte dos grupos de direita, considerada minoritária, mas expressiva pela empresa de consultoria, critica a publicação, afirmando que ela pode servir de pretexto para “impor censura” às redes sociais por meio de sua regulamentação.

De acordo com a análise, cerca de 11% das menções vieram de grupos de esquerda, com o debate concentrado justamente na defesa da regulação das plataformas digitais e redes sociais. Parlamentares e usuários alinhados a esse campo político ressaltaram que o vídeo expôs a necessidade de proteger crianças e adolescentes no ambiente virtual.

A consultoria ressalta que 50% das conversas não tiveram alinhamento político definido, o que pode indicar a mobilização de um público mais amplo e menos engajado em polarização política.

Quando o critério de análise é o alcance da discussão, o CEO da Palver, Felipe Bailez, categoriza o episódio como “realmente impressionante”. “O vídeo do Felca quebrou a bolha completamente, dentro do WhatsApp e fora dele também.”

A Palver comparou o caso com a crise do Pix, do início do ano, também deflagrada por um vídeo. Na publicação, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) reforçou boato de que a forma de pagamento deixaria de ser gratuita, dizendo que “o Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”.

Durante o auge do assunto, o nome de Nikolas foi mencionado 30 vezes a cada 100 mil mensagens. Já Felca atingiu 54 menções a cada 100 mil mensagens, enquanto o vídeo e o tema seguem sendo debatidos.

No Instagram, o influenciador já ganhou mais de 6 milhões de seguidores desde a postagem, na última quarta-feira — quase o dobro do crescimento que Nikolas teve no ápice da crise do Pix, de cerca de 3,5 milhões.

“Em termos de magnitude e de furar bolha, esse assunto que o Felca traz é maior e mostra a direita dividida, não sabendo exatamente como se posicionar porque acredita que elogiar o vídeo pode estar patrocinando o debate de regulação das plataformas”, afirma Bailez.

Regulação das redes sociais

No fim do mês de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet e ampliou as responsabilidades das plataformas digitais pelo conteúdo publicado por usuários na internet. A decisão ocorreu após o Congresso não legislar sobre o assunto.

Ficou definido que publicações consideradas graves, como atos antidemocráticos, terrorismo e instigação ao suicídio devem ser prontamente excluídas pelas plataformas, sem necessidade de notificação ou ordem judicial. Publicações criminosas, ilícitas ou de contas falsas devem ser removidas após notificação extrajudicial.

Nesta terça-feira, 12, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nos próximos dias o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai enviar ao Congresso um projeto de lei para regular a atuação das big techs no Brasil. A informação foi dada em entrevista à Rádio Alvorada FM, de Guanambi, na Bahia.

O ministro afirmou que “regular as redes sociais é questão de segurança”. “O governo brasileiro defende a regulamentação e fiscalização dessas empresas, que acumulam lucros bilionários, muitas vezes às custas da integridade física e psicológica das pessoas”, acrescentou o ministro”, disse.

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