As 7 vezes que Trump defendeu Bolsonaro; veja
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, 14, afirmando que o conhece e o considera “um homem honesto” que sofre uma “execução política” por parte do Brasil.
É a sétima vez que o americano defende Bolsonaro diretamente, no contexto da ação penal na qual o ex-chefe do Executivo é réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo que o ex-presidente responde na Justiça brasileira por, ao não aceitar ter sido derrotado nas eleições em 2022, tramar uma forma de continuar no Poder, é visto pelo americano como “caça às bruxas”.
7 de julho: ‘Caça às bruxas’
Foi assim que ele se referiu à situação em 7 de julho, primeira vez que falou em Bolsonaro. Na ocasião, Trump afirmou que o Brasil está fazendo uma “coisa terrível” no tratamento concedido ao ex-presidente, pedindo para que “deixem Bolsonaro em paz” e chamando os processos judiciais contra ele de “perseguição” e “caça às bruxas”. No dia anterior, o americano anunciou tarifas adicionais a países alinhados ao que chamou de “políticas antiamericanas dos Brics”.
8 de julho: ‘Grande’ Bolsonaro
Na noite do dia 8, Trump voltou a defender Bolsonaro, repetindo as mesmas acusações feitas anteriormente, em sua rede social, Truth Social, em que se referiu ao ex-presidente como “Grande ex-presidente do Brasil”.
9 de julho: O anúncio do tarifaço
Três dias após a primeira defesa, veio o anúncio de 50% de tarifas adicionais aos produtos brasileiros exportados aos EUA, sendo a alíquota mais alta divulgada a partir de cartas aos países desde o início daquela semana. Nela, Trump deixa claro que o tarifaço é resposta ao “tratamento” dado pelo Brasil ao ex-presidente e pede o fim da ação penal do golpe.
“O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional”, disse Trump. “Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, escreveu.
15 de julho: ‘Não é desonesto’
Durante uma entrevista coletiva improvisada quando se preparava para embarcar em viagem, Trump afirmou a jornalistas que Bolsonaro é um “homem bom”, que “lutou muito pelo Brasil”, que o considera “um homem respeitado” e que “não é desonesto”. Na mesma resposta, o republicano voltou a dizer que o brasileiro sofre “caça às bruxas”.
A pergunta foi feita por uma repórter brasileira, questionando sobre o que teria a dizer sobre o julgamento de Bolsonaro. Antes de responder, o presidente americano fez perguntas sobre quando seria o julgamento e como estava a situação do brasileiro. Após os elogios, Trump afirmou que Bolsonaro “não é um amigo meu. É uma pessoa que eu conheço”.
16 de julho: ‘Acredito que seja um homem honesto’
No dia seguinte, Trump voltou a criticar o julgamento de Bolsonaro no STF, afirmando que “o que o Brasil está fazendo” com o ex-presidente “é uma vergonha”, e que ele conhece Bolsonaro e acredita “que ele seja um homem honesto”.
17 de julho: ‘Esse julgamento deve terminar imediatamente!’
Em carta endereçada a Bolsonaro e publicada na rede social Truth no dia 17 de julho, Trump exigiu que julgamento da ação penal por golpe de Estado “deve terminar imediatamente!”.
“Tenho manifestado fortemente minha desaprovação tanto publicamente quanto por meio da nossa política tarifária”, escreveu o americano, que também afirmou não se surpreender com Bolsonaro “liderando nas pesquisas” de intenção de voto, e afirmou que ex-presidente sofre “tratamento terrível pelas mãos de um sistema injusto que se voltou” contra ele.
18 de julho: ‘Sob ataque de um sistema judicial armado’
No dia em que medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, foram impostas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente, a Casa Branca afirmou à CNN que Trump acredita que Bolsonaro é alvo de “ataque de um sistema judicial armado”.
“O presidente Trump acredita que Bolsonaro e seus apoiadores estão sob ataque de um sistema judicial armado. Esta é uma caça às bruxas que não deveria estar acontecendo”, disse a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly.
Relatório dos EUA sobre direitos humanos e liberdades políticas no Brasil cita Bolsonaro
Nesta terça-feira, 12, o governo americano citou Bolsonaro três vezes no relatório anual do Departamento de Estado sobre a situação dos direitos humanos e das liberdades políticas no Brasil. No documento de 14 páginas, o governo Trump acusa o Moraes de censurar apoiadores do ex-presidente e diz que “a situação dos direitos humanos no Brasil piorou ao longo do ano” sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
