Kassab defende que Congresso debata anistia de Bolsonaro
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defendeu nesta quinta-feira, 14, que o Congresso Nacional debata a anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso seja condenado por tentativa de golpe de Estado. Para o secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, a medida não é “nenhuma aberração”, mas deve ser feita com “cautela”.
Em entrevista à Globonews, Kassab afirmou que “uma anistia ampla, geral e irrestrita não convém, não é positiva para o Brasil neste momento”, em relação ao pedido dos aliados do ex-presidente para um perdão aos condenados pelo 8 de Janeiro.
No entanto, o presidente do PSD defende que o Congresso debata o tema. “Ao longo do processo, as partes vão colocando e negociando, cada um ao seu ponto de vista, para que se possa chegar a um consenso mínimo e a gente possa avançar pelo menos um pouco na pacificação do País”, disse.

“Uma coisa é minha opinião pessoal, outra coisa é você debater o todo e o Congresso ter o discernimento de adotar aquilo que ele entenda ser o melhor para que possamos conquistar a pacificação”, afirmou.
“Ele (Jair Bolsonaro) pode ser anistiado em relação à questão de prisão, em relação a uma punição que não seja a inelegibilidade, ou até em relação a outras questões que não envolvam a elegibilidade”, explicou Kassab, listando possibilidades de perdão para o ex-presidente.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se encontra em prisão domiciliar desde 4 de agosto e será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), provavelmente em setembro, por sua participação na tentativa de golpe de Estado.
Anteriormente, Kassab já tinha criticado a imposição de medidas cautelares ao ex-chefe do Executivo, como uso de tornozeleira eletrônica. O presidente do PSD disse que “existem vírgulas na Constituição que justificam essa tornozeleira, mas existem vírgulas na política – e falo eu – que não justificam”.
Para Kassab, a anistia poderia proporcionar tranquilidade para que o Brasil debata outras questões políticas. Em busca de pressionar o Congresso para pautar o tema, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, tem articulado sanções nos Estados Unidos contra autoridades nacionais e contra o País. Kassab definiu essa postura como “totalmente inadequada” e um “grande erro”.