Maioria avalia negativamente atuação do STF na imparcialidade entre rivais políticos, diz pesquisa
A atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), considerando a “imparcialidade entre rivais políticos”, é ruim ou péssima para 54% dos brasileiros, conforme a pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira, 14. Outros 42% a avaliam como ótima ou boa, e 5%, regular.
Ainda segundo o levantamento, o desempenho no “respeito ao Poder Legislativo” é considerado ruim ou péssimo por 53% – ante 46% de ótimo ou bom. Em relação ao “combate à corrupção”, 51% consideram a atuação dos ministros ruim ou péssima, e 42%, ótima ou boa.
A defesa da democracia lidera avaliação positiva do STF e é ótima ou boa para 49%, enquanto a ruim ou péssima é de 50%.

Para 51,1%, a maioria dos ministros do STF não é competente nem imparcial. Já 47,9% acham o contrário: a maioria dos membros da Corte demonstra competência e imparcialidade no julgamento de processos atualmente.
A pesquisa também mostra que a imagem do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe de Estado, é negativa para 51% e positiva para 49%. No ranking dos 11 ministros do STF, Moraes é o que lidera a imagem positiva, ainda que esta seja superada em 2 pontos porcentuais pela imagem negativa.
O presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, aparece em sexto lugar em imagem positiva, com 36%. Já 53% têm uma imagem negativa de Barroso. O presidente eleito do STF, ministro Edson Fachin, que sucederá Barroso em setembro, tem 48% de imagem negativa e 32% de positiva.
O ministro que tem a maior imagem negativa no Supremo é Gilmar Mendes, com 56%.
Imagem positiva
- Alexandre de Moraes – 49%
- Cármem Lúcia – 46%
- Flávio Dino – 46%
- Cristiano Zanin – 41%
- André Mendonça – 37%
- Luís Roberto Barroso – 36%
- Edson Fachin – 32%
- Luiz Fux – 31%
- Dias Toffoli – 30%
- Gilmar Mendes – 29%
- Kassio Nunes Marques – 25%
Imagem negativa
- Gilmar Mendes – 56%
- Luís Roberto Barroso – 53%
- Alexandre de Moraes – 51%
- Flávio Dino – 50%
- Dias Toffoli – 50%
- Cármem Lúcia – 49%
- Edson Fachin – 48%
- Cristiano Zanin – 48%
- Luiz Fux – 46%
- Kassio Nunes Marques – 44%
- André Mendonça – 40%
Desconfiança no STF subiu quatro pontos
O levantamento também aponta que 51% dos entrevistados não confiam no Supremo Tribunal Federal, enquanto 49% afirmam confiar. De acordo com o levantamento, o índice de desconfiança no STF subiu quatro pontos porcentuais em comparação com os dados de fevereiro (47%).
Já a porcentagem dos que dizem que confiam na Corte foi mantida. Segundo a sondagem, 51,3% dizem não confiar no trabalho e nos ministros do STF, e 48,5% afirmam confiar, enquanto 0,2% não sabe. Nesse quesito, a desconfiança subiu 4,3 pontos porcentuais de fevereiro para agosto, e a confiança caiu 0,5 ponto.
Em relação à renda familiar, a confiança é menor entre quem ganha entre R$ 2 mil e R$ 3 mil – nessa faixa, 43,2% dizem confiar, e 56,6%, que não confiam.
A pesquisa Atlas/Bloomberg teve 2.447 respondentes, entre 3 e 6 de agosto, com a metodologia de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, e o nível de confiança, de 95%.