Pesquisa indica que 52,1% são contra prisão domiciliar de Bolsonaro e 51,2% rejeitam anistia
SÃO PAULO E RIO – Pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira, 14, aponta que 52,1% são contra prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 47% são a favor. A previsão é que o julgamento ocorra em setembro no Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Bolsonaro, entre outras acusações, por tentativa de golpe de Estado.
A tramitação do caso sobre a tentativa de golpe de Estado entrou em sua reta final. Após a conclusão, nesta quarta-feira, 13, do prazo para que as defesas dos réus na ação penal, entre eles Bolsonaro, apresentassem as alegações finais ao STF, caberá aos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma da Corte, pautarem o julgamento.

A pesquisa Atlas/Bloomberg mediu ainda a opinião da população sobre o papel do Judiciário no País e a responsabilidade dos acusados pelos ataques de 8 de Janeiro.
De acordo com o levantamento, 50,1% discordam de inelegibilidade de Bolsonaro e 49,5% concordam. Conforme 50%, Bolsonaro não foi responsável pelo 8 de Janeiro; outros 48,8% dizem que foi.
Bolsonaro acumula duas penas de inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não pode concorrer a cargos eletivos até 2030. Além disso, é réu no STF na ação sobre a tentativa de golpe de Estado.
A Atlas/Bloomberg diz que 45,4% consideram que o Brasil vive sob ditadura do Judiciário; 43,3% não concordam e 11,2% dizem que não há ditadura do Judiciário, mas que muitos juízes cometem abusos e ultrapassam suas atribuições.
51,2% são contra anistia geral por tentativa de golpe
Segundo o levantamento, porém, 51,2% são contra anistia “ampla, geral e irrestrita” a líderes políticos e manifestantes investigados e condenados por tentativa de golpe de Estado e invasão do Congresso, do Planalto e do STF em 8 de janeiro de 2023. Já 46,9% apoiam a anistia.
As propostas de anistia aos manifestantes do 8 de Janeiro e de autoridades envolvidas no planejamento da tentativa de golpe, no entanto, não têm, no momento, apoio suficiente no Congresso e dos presidentes de Câmara e Senado para entrarem em discussão no Parlamento.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por exemplo, tem afirmado que há dentro da Casa um certo receio de se fazer anistia “ampla, geral e irrestrita”, considerando que as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado identificaram planos de assassinato de autoridades.

O levantamento diz que 83,3% discordam da ação dos manifestantes em 8 de janeiro 2023 e 8,4% concordam. Segundo a sondagem, porém, 51,1% acham que as punições pelo 8 de Janeiro foram exageradas. Para 35,3%, foram adequadas.
Ainda 52,1% discordam das condenações pelo 8 de Janeiro no STF. Outros 45,5% concordam.
A pesquisa Atlas/Bloomberg teve 2.447 respondentes, entre 3 e 6 de agosto, com a metodologia de recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, e o nível de confiança, de 95%.