Caso Ultrafarma: Kinoshita cita lendário ministro americano e ‘a luz do sol é o melhor desinfetante’
O secretário de Estado da Fazenda Planejamento de São Paulo, Samuel Kinoshita, recorreu ao célebre ministro da Suprema Corte dos Estados Unidos, Louis Brandeis – e sua frase histórica ‘a luz do sol é o melhor dos desinfetantes’ -, para comentar em sua conta no X a Operação Ícaro, investigação do Ministério Público e de sua equipe da Corregedoria Tributária que pegou o auditor fiscal de Rendas Artur Gomes da Silva Neto, suspeito de liderar esquema que arrecadou R$ 1 bilhão em propinas de gigantes do varejo, como a Ultrafarma e a Fast Shop.

Kinoshita compartilhou editorial do jornal O Globo (‘Operação paulista contra corrupção deve servir de exemplo a outros Estados’) e escreveu. “O ministro Brandeis disse. ‘A transparência é corretamente louvada como remédio para doenças sociais e industriais”, postou o chefe da Fazenda paulista. “Diz-se que a luz do sol é o melhor dos desinfetantes; a luz elétrica, o policial mais eficiente.”
Louis Brandeis foi ministro da Suprema Corte americana entre 1916 e 1939. A frase que entrou para a História foi dita por ele ao defender a importância da transparência para combater a corrupção.
Samuel Kinoshita incluiu na publicação imagens de dinheiro apreendido na Operação Ícaro, deflagrada na terça, 12, quando foram presos o dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, o diretor estatutário da Fast Mário Otávio Gomes e o próprio fiscal.
A investigação revela que Artur Gomes usava a própria mãe – uma professora de 73 anos aposentada da rede pública de São Paulo – como ‘laranja’ do esquema. Sem nenhuma experiência comprovada em gestão tributária, Kimio Mizukami da Silva consta como dona da empresa Smart Tax, que presta consultoria na área.
Em 2021, Kimio declarou R$ 411 mil ao Imposto de Renda. O patrimônio saltou para R$ 46 milhões em 2022 e para R$ 2 bilhões em 2024, em decorrência dos “rendimentos” da empresa.
Segundo a declaração de Kimio à Receita Federal, o aumento patrimonial teria decorrido, em grande parte, da compra de criptomoedas com os lucros da empresa. A professora também declarou guardar a vultosa quantia de R$ 6 milhões em dinheiro vivo em sua casa.
“Os dados fiscais enviados pela Receita Federal nos autos da quebra permitiram constatar evolução patrimonial absurda por parte de Kimio”, apontou o Ministério Público na representação da Operação Ícaro.
Outros fiscais estão sob suspeita da Operação Ícaro.