16 de agosto de 2025
Politica

Tarifaço pode gerar 31 mil novos processos trabalhistas, diz estudo 

O tarifaço sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos pode gerar, nos próximos dois anos, até 31 mil novos processos na Justiça do Trabalho, que tem hoje 5,1 milhões de ações pendentes. O levantamento do Grupo Pact Insights, obtido pela Coluna do Estadão, levou em conta um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que estimou a perda de 146 mil empregos até 2027.

Com essa projeção da Fiemg, o levantamento apontou dois cenários: um conservador, com 28 mil ações trabalhistas, e outro de alta, com 31 mil processos. Para chegar a esses números, a empresa considerou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do governo federal, e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O Brasil tem um padrão histórico de litigância trabalhista de cerca de 20%. Em 2024, a taxa foi de 20,2%, com 4,83 milhões ações judiciais e 23,9 milhões de desligamentos. No primeiro semestre de 2025, a proporção foi de 19,37%, com 2,45 milhões de processos trabalhistas e 12,6 milhões de desligamentos.

Fila de pessoas na Agência do Trabalho em busca de emprego
Fila de pessoas na Agência do Trabalho em busca de emprego

Fiemg estima queda de 0,22% no PIB

Segundo a projeção da Fiemg sobre o tarifaço, o próximo biênio pode ter, além de uma perda de 146 mil postos de trabalho, uma queda de 0,22% no Produto Interno Bruto (PIB).

Os setores mais afetados no curto prazo são siderurgia e aço sem costura (com queda de 8,11% no faturamento e de 8,08% nos empregos), produtos de madeira (-7,12% e -6,69%), e fabricação de calçados e de artefatos de couro (-3,07% e -2,44%).

 

 

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