Prefeito de Macapá agride jornalistas após ser questionado sobre obra
BRASÍLIA- O prefeito de Macapá, Antônio Paulo de Oliveira Furlan, conhecido como Dr. Furlan, agrediu jornalistas, neste domingo,17, após ser questionado sobre a demora de uma obra na cidade.
Em nota, a prefeitura da cidade afirmou que os jornalistas agrediram verbalmente o prefeito e tentaram ainda agredi-lo fisicamente. Um vídeo do momento da confusão, no entanto, desmente a versão oficial.

Na filmagem é possível ver o momento em que o jornalista Heverson Castro questiona o prefeito sobre a demora de uma obra:
“Prefeito, o senhor lançou essa obra em 2023. O que que está acontecendo, porque a gente já está em 2025 e essa obra está demorando? O que está acontecendo?”, perguntou Castro.
Em seguida, Dr. Furlan ri da pergunta e vira as costas. Depois, o prefeito dá um mata-leão em outra pessoa que registrava o momento com o celular.
No vídeo, apoiadores do prefeito cercam o jornalista que diz: “A gente está fazendo nosso papel de imprensa. Que isso? isso é agressão.”
Em entrevista ao MCP News, o advogado de Heverson, Maurício Pereira, afirmou que o jornalista cumpria seu dever quando foi agredido. “Eu entendo que ele foi vítima de violência”, disse.
Ao mesmo portal, porta-voz da Guarda Municipal, afirmou que os profissionais já estavam imobilizados pela população e que caso a guarda não tivesse chegado, teriam sido linchados. Em fotos obtidas pelo Estadão, os profissionais aparecem detidos. A reportagem tentou contato com a Guarda Municipal, mas não obteve retorno. A Polícia Civil informou que ainda não há informações oficiais sobre a confusão.
Na nota divulgada, a prefeitura afirma que o prefeito foi agredido verbalmente e teria sido alvo de uma tentativa de agressão física. A prefeitura diz ainda que duas servidoras também teriam sido agredidas. O Estadão também procurou a prefeitura para questionar sobre os fatos que aparecem no vídeo, mas não obteve resposta.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a agressão do prefeito de Macapá e disse que é “inadmissível qualquer reação que envolva violência”.
“Uma autoridade, um político eleito que representa a sociedade precisa ter uma postura adequada ao cargo. É inadmissível qualquer reação que envolva violência. A Abraji repudia a atitude do prefeito de Macapá e se solidariza com os profissionais de imprensa envolvidos no caso”, disse Katia Brembatti, presidente da entidade.