19 de agosto de 2025
Politica

Governadores de direita engolem ofensa e ‘passam a mão’ na cabeça de Carlos Bolsonaro de olho em 26

Dependentes do espólio de votos bolsonaristas para tentarem se viabilizar ao Planalto em 2026, governadores de direita apontados como presidenciáveis demonstraram incômodo nos bastidores com as declarações do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que os chamou de “ratos”. Entretanto, nenhum veio ou pensa em vir a público, até o momento, para comprar briga com o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao contrário disso, até agora, a reação deles foi complacente e ocorreu de duas formas: uns silenciaram absolutamente e outros minimizaram as ofensas.

“Entendo o desabafo e o desespero do filho que está com o pai em prisão domiciliar, sem ter sido julgado”, afirmou à Coluna do Estadão o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Em entrevista coletiva em Contagem (MG) nesta segunda-feira, 18, o governador de Minas, Romeu Zema, disse estar surpreso com os xingamentos, mas ressaltou que “até marido e mulher discordam”.

“Eu fico até surpreso, mas compreendo. Me solidarizo com a família (Bolsonaro), que tem vivido um momento difícil. Continuamos caminhando juntos. Até marido e mulher discordam. Então o que dizer de partidos políticos diferentes?”, comparou o governador mineiro.

Segundo apurou a Coluna, a reação dos governadores, apesar do mesmo tom, não foi combinada, mas reflete o “pé no chão” da dependência que eles têm do bolsonarismo. E, apesar de hoje a direita ter vários pré-candidatos à Presidência da República, a ideia do grupo é unir forças.

Caiado, por exemplo, traçou um paralelo com sua profissão de médico ortopedista para indiretamente observar que ameaças não vão rachar os governadores. Ele lembrou que casos em que os acompanhantes de pacientes politraumatizados avisam: “se meu filho morrer volto aqui para acertar com vocês”.

“Nada mudava na nossa luta para salvar o paciente. Nada vai mudar nossa luta para salvarmos o Brasil. Assim é o compromisso dos governadores de centro direita. Nada vai nos dividir, vamos estar juntos no 2º turno, porque sabemos que o importante é derrotar o Lula”, concluiu em declaração à Coluna.

A situação mais delicada continua sendo a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que entrou na política pelas mãos de Jair Bolsonaro, e já é alvo do outro filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Tarcísio foi um dos que não fizeram comentários.

Carlos Bolsonaro não citou o nome de governadores ao fazer os ataques, mas além de Caiado e Zema, que já se apresentam como pré-candidatos pelo União Brasil e partido Novo, o PSD tem defendido a candidatura de Ratinho Júnior (PR) e ainda tem em seus quadros Eduardo Leite (RS), também com interesse na disputa.

Tarcísio é o único desses cinco presidenciáveis que, até agora, não manifesta publicamente interesse em concorrer ao Planalto.

RIO DE JANEIRO RJ NACIONAL 1 de janeiro de 2025 CARLOS BOLSONARO Foto: Eduardo Barreto/CMRJ
RIO DE JANEIRO RJ NACIONAL 1 de janeiro de 2025 CARLOS BOLSONARO Foto: Eduardo Barreto/CMRJ

Carlos Bolsonaro diz que governadores de direita se comportam ‘como ratos’

No domingo, 17, o vereador Carlos Bolsonaro(PL) utilizou sua conta na rede social X para dizer que tentou ser a pessoa mais paciente possível diante dos chamados “governadores democráticos”, sem citar nomes. E acrescentou que os fatos provam a ele que não há como levar “nenhum desses sujeitos a sério”. Disse ainda que tais governadores se comportam “como ratos”.

Carlos Bolsonaro disse também que, enquanto Jair Bolsonaro está preso, doente e sendo lentamente assassinado a cada dia que passa, “Clezão está morto, Silveira (ex-deputado Daniel Silveira) à beira do colapso, Filipe Martins (ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República) torturado diariamente, milhares de presos políticos sangrando a alma na cadeia e os tais ‘direitistas’ se calam”.

Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, faleceu de enfarte em novembro de 2023, na cadeia. Ele havia sido preso em 8 de janeiro, aos redores do Congresso Nacional.

Carlos Bolsonaro acrescenta que a verdade “é dura”, e diz ainda que os governadores de direita se com portam como ratos, sacrificando o povo pelo poder e não são nada diferentes dos petistas que dizem combater. “Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, escreveu.

 

 

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