20 de agosto de 2025
Politica

STF pega em armas para se defender e, se necessário, contra-atacar quem o ataca

Na falta de munição do governo, e de diálogo entre Lula e Trump contra os ataques americanos, quem toma as rédeas da resistência aos EUA é o Supremo, buscando uma agora incerta união interna e articulando reações consensuais contra as ameaças que vêm de fora: de Trump e da família Bolsonaro.

Sem citar a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, mas evidentemente em resposta a ela e aos EUA, o ministro Flávio Dino decidiu que leis e determinações estrangeiras não têm valor contra brasileiros, bens e empresas instalados no Brasil e acordos jurídicos selados no País. A violação dessas regras, acentuou, configura “ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes”.

O ministro Alexandre de Moraes durante evento no STF
O ministro Alexandre de Moraes durante evento no STF

A decisão de Dino vem após um acordo no STF para antecipar o fim do julgamento de Bolsonaro e dos demais integrantes do “núcleo crucial” do golpe. Como apurou Carolina Brígido, do Estadão, trata-se de medida preventiva para o caso de Luiz Fux pedir vistas e tentar empurrar a conclusão para 2026, ano eleitoral. Com a nova data, 12/09, o julgamento será encerrado ainda em 2025, mesmo se houver pedido de adiamento. Fux nega a intenção, mas o seguro morreu de velho.

Além de blindagens internas do STF, há uma ação coordenada visando o público, literalmente, externo. Fernando Haddad fala todos os dias e Lula e Alexandre de Moraes foram à mídia dos EUA defender a democracia, a soberania e as instituições brasileiras, na tentativa de neutralizar as versões caluniosas de Trump, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo de que aqui há ditadura. Logo eles…

Ao The Washington Post, Moraes declarou que “não há possibilidade de recuar “um milímetro” no julgamento de Jair Bolsonaro: “Faremos o certo. Quem deve ser condenado será condenado, quem deve ser absolvido será absolvido”. E, em evento do Financial Times e do canal CNBC, Haddad acusou os EUA de exigirem uma solução “inconstitucionalmente impossível” (o fim do processo contra Bolsonaro). Pura verdade.

A Christiane Amanpour, da CNN Internacional, Lula disse que Trump “não foi eleito para ser imperador do mundo”. À Agência Reuters, dias depois, anunciou que iria articular com o Brics uma reação multilateral contra os ataques de Trump ao sistema internacional de comércio.

Essas manifestações têm alvo certo e são baseadas numa avaliação interna do Planalto e do Itamaraty: Trump ainda está na fase de “lua de mel” após a posse, mas isso não dura para sempre e tende a ruir quando setores, indústrias e consumidores americanos caírem a real e sentirem no bolso, e na alma, que o Brasil está longe de ser a única vítima de Trump.

 

 

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