19 de agosto de 2025
Politica

Ativos podres do Master mais que dobraram, diz deputado após reunião com presidente do BRB

O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, afirmou nesta terça-feira, 19, a deputados distritais que os ativos podres do Banco Master passaram de R$ 23 bilhões para R$ 50 bilhões, desde o anúncio da venda, em março. Esses ativos de maior risco ficariam de fora da compra de uma fatia da empresa pelo banco estatal, que mantém uma oferta de R$ 2 bilhões pelo negócio.

A informação é do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que participou da reunião fechada com o dirigente. A bancada governista espera aprovar o projeto de lei sobre a compra do Master nesta terça-feira, 19. A oposição ameaça acionar a Justiça e aponta falta de dados para endossar a proposta. Procurado pela Coluna do Estadão, o BRB não respondeu.

“Iniciou-se o debate com R$ 23 bilhões de ativos podres (do Master) que vão ficar fora do negócio, e agora (o presidente do BRB) apresentou que vão ser cerca de R$ 50 bilhões de ativos podres”, afirmou Magno, acrescentando:

“Se aumentou o tamanho dos ativos podres, do negócio ruim do banco, por que a operação não mudou de tamanho? O BRB continua oferecendo os mesmos R$ 2 bilhões e o mesmo percentual de participação do Master, mas estamos vendo que a operação ficou pior”.

Sede do Banco de Brasília (BRB), banco estatal do governo do Distrito Federal
Sede do Banco de Brasília (BRB), banco estatal do governo do Distrito Federal

O BRB oficializou a proposta de compra de parte do Master em março deste ano, mas o governo do Distrito Federal só enviou um projeto de lei à Câmara Legislativa do DF (CLDF) no último dia 14, por exigência da Justiça local.

Como mostrou a Coluna, a Consultoria Legislativa da CLDF considerou a proposta inadequada, por não trazer dados suficientes sobre a viabilidade do negócio, estimado em R$ 2 bilhões.

O banqueiro Daniel Vorcaro, dono do banco Master, prepara a venda de cerca de R$ 1 bilhão de ativos para fazer frente às dívidas do banco, como informou o Estadão.

Compra depende de autorização do Banco Central

O negócio entre BRB e Master está em análise no Banco Central (BC). A intenção de compra chamou a atenção do mercado pelo rápido crescimento do Master, além de alertas de operações do banco privado fora do padrão levados ao BC.

O Banco Master multiplicou por dez seu patrimônio e quintuplicou sua carteira de crédito desde 2021. Esse crescimento foi tracionado pela oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDB) que pagam ao investidor taxas bem agressivas, muito acima dos concorrentes, de até 140% do CDI. No mercado financeiro, a instituição também é alvo de comentários por ter comprado participações de companhias em dificuldades financeiras.

Em entrevista ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que a operação foi técnica, sem ingerência política, e com a análise de carteiras e produtos do Master que representavam sinergia com os interesses do banco público.

 

 

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