4 de outubro de 2025
Politica

Câmara de Macapá abre investigação que pode levar a impeachment de prefeito que agrediu jornalista

A Câmara Municipal de Macapá, capital do Amapá, instaurou nesta terça-feira, 19, uma investigação que pode resultar no impeachment do prefeito Antônio Paulo de Oliveira Furlan (MDB), conhecido como Dr. Furlan. Por 12 votos favoráveis a 10 contrários, os vereadores da cidade acolheram a denúncia de Iranés Froes da Silva, o cinegrafista que foi agredido pelo político no domingo, 17, após o jornalista Heverson Castro, perguntar sobre o atraso das obras no Hospital Municipal.

Em sua denúncia, Iranés afirma que o prefeito de Macapá é faixa preta em judô e que, além de agredi-lo, também “incitou a população ao linchamento”. O cinegrafista afirma que ele e Herverson foram algemados pela Guarda Municipal e colocados em um camburão. O político é acusado de crime de responsabilidade, ao quebrar o decoro de seu cargo, uso indevido de algemas, abuso de autoridade e de ataque direto à liberdade de imprensa, ao agredir jornalistas.

Procurado pelo Estadão, Dr. Furlan não se pronunciou até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para manifestação. Anteriormente, o político afirmou ter agredido o jornalista para defender servidoras públicas.

Imagens mostram o jornalista Heverson Castro sendo detido pela Guarda Municipal após o prefeito de Macapá agredir equipe de repórteres.
Imagens mostram o jornalista Heverson Castro sendo detido pela Guarda Municipal após o prefeito de Macapá agredir equipe de repórteres.

Após a instauração do processo, o prefeito será notificado e terá o direito de se defender. O presidente da Câmara Municipal de Macapá, Pedro DaLua (União), explica os próximos passos e diz que terá inicio uma investigação na qual as testemunhas devem ser ouvidas.

“A comissão poderá chamar as servidoras que se diziam agredidas, os agentes da Guarda Municipal, vai poder convocar o prefeito Furlan e todas as testemunhas. No final, o processo vai voltar para o plenário para decidir se vamos acatar ou não, se vai seguir ou arquivar o processo”, afirmou o vereador.

A comissão que avaliará o processo, formada por três vereadores sorteados, tem 45 dias para ouvir o prefeito e testemunhas. Depois disso, produzirá um parecer sobre o caso. Por fim, o documento será votado no plenário da Câmara, que pode optar pelo arquivamento ou cassação do político.

Relembre o caso

O prefeito de Macapá agrediu os jornalistas no domingo e o caso foi gravado em vídeo. Na segunda-feira, 18, Dr. Furlan pediu desculpas pela agressão e se justificou: “Me excedi quando presenciei servidoras, nas suas funções, sendo agredidas durante seu trabalho”. Antes, em nota, a prefeitura tinha afirmado que Furlan revidou a agressão de um jornalista, fato que foi desmentido pelas filmagens.

“Os vídeos dos fatos são esclarecedores, em momento nenhum se verifica qualquer agressão a mulheres e, além do mais, o prefeito municipal de Macapá, por seus seguranças, imobilizam os profissionais com extrema violência”, afirma a denúncia conduzida por Iranés.

“Todos viram o vídeo e viram que, naquele momento, naquele cenário, não existiam duas mulheres […]. Infelizmente, o prefeito insiste em colocar duas mulheres comissionadas como escudo para tentar sair de herói. Mesmo se tivesse havido agressão, ele não teria o direito de agredir ninguém, ele deveria chamar a força policial”, disse Pedro DaLua, justificando o processo de impeachment.

 

 

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