21 de agosto de 2025
Politica

Esquerda e direta reagem a indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pela PF

Congressistas de direita e de esquerda reagiram por meio de suas redes sociais ao indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 20, por coação no curso do processo da trama golpista. Enquanto os governistas comemoram e fazem piadas sobre as mensagens trocadas entre o ex-presidente e seu filho, a oposição nega os possíveis crimes e também foca na defesa de Silas Malafaia, que foi alvo de mandato de busca e apreensão no mesmo processo.

Bolsonaro é alvo de mais um indiciamento. Esquerda e direita reagem nas redes.
Bolsonaro é alvo de mais um indiciamento. Esquerda e direita reagem nas redes.

A deputada Érika Hilton (PSOL-SP) diz que a Polícia Federal teve uma “noite atarefada” e destaca o indiciamento de Bolsonaro e a apreensão do passaporte do líder evangélico Silas Malafaia.

A parlamentar ainda ressalta a existência de uma minuta que aponta o desejo do ex-presidente em pedir asilo na Argentina e ironiza: “Vale notar que em casos como esse o pedido de asilo só é enviado quando há a certeza de que ele será aceito. A existência do rascunho indica que, talvez, nem o presidente argentino Javier Milei, que diz conversar com o espírito de seu cachorro, queira conversar com Bolsonaro”.

Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal, seguiu a mesma linha e disse que “Bolsonaro é, acima de tudo, um grande covarde. O líder da extrema-direita brasileira, que ficou nos EUA assistindo ao 8 de janeiro de longe, já tinha planos de fugir para a Argentina”.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discorre sobre outro tema: os xingamentos feitos por Eduardo Bolsonaro contra seu pai via mensagens de texto e que foram revelados pela PF. O filho do ex-presidente questionou o apoio de Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o chamou de “ingrato”, além de proferir palavrões.

“Escândalo em família, mas com consequências para o Brasil inteiro. As mensagens de Eduardo Bolsonaro revelam um padrão de desequilíbrio, agressividade e chantagem”, escreve em seu X. “Quando o filho ameaça, xinga e expõe o próprio pai, mostra ao país que não há limites éticos ou institucionais”, continua.

O deputado ainda afirma que, se Eduardo não respeita nem seu núcleo familiar, “quanto mais a Constituição, as instituições e o povo brasileiro”. E ainda finaliza “O Brasil não pode se curvar a ameaças, pressões ou chantagens de quem vive de instabilidade e caos”.

Na outra ponta do espectro político, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) defendeu seu irmão e seu pai. “O que está em curso há anos no Brasil é uma fishing expedition sem fim contra Bolsonaro”, escreveu, o termo descreve investigações em que autoridades buscam provas de forma efusiva e sem amparo legal.

“Transformaram o País numa várzea, onde leis viram peças de teatro e instituições se curvam para satisfazer as ilegalidades do sistema”, ele continua. O vereador ainda diz que, em última instância, o governo deve censurar a internet, depois de finalizar os ataques contra sua família.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, rebateu seu indiciamento por meio de uma nota no X. O deputado escreveu que “jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil” em sua atuação no estrangeiro e que ele busca o “restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa”. No texto, Eduardo não cita as sanções que articulou contra o País e autoridades nacionais.

O deputado ainda diz que ele vive “sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição”.

Outros nomes da direita, como o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) e o líder da sigla no Senado, Carlos Portinho (RJ), preferiram defender Silas Malafaia por meio de seus redes sociais.

Sóstenes afirmou que “Malafaia foi alvo de constrangimento ao lado da esposa. Um líder religioso, que nunca se escondeu, (está) sendo tratado como criminoso”. O político ainda compartilhou uma série de vídeos em que mostra uma multidão indo ao encontro do pastor no Aeroporto.

Portinho adotou um posicionamento parecido e tuitou: “Crimes de opinião. Intimidação para calar as vozes que gritam por liberdade no Brasil. Nada mais. Perseguição politica a adversarios. O Regime avança contra todos e leva o Brasil junto nesse caminhão desgovernado. Depois do maior líder de direita agora um dos maiores lideres religiosos do País: Silas Malafaia”.

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também adotou posicionamento similar e defendeu Malafaia enquanto se silenciou sobre o indiciamento de seu enteado e marido. No seu Instagram, a dirigente do PL Mulher escreveu: “Que Deus guarde o senhor e sua família de toda perseguição e maldade” e publicou uma foto do pastor.

Michelle publica foto de Malafaia e pede força
Michelle publica foto de Malafaia e pede força

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *