21 de agosto de 2025
Politica

Petista evoca Cunha e Lira para tentar derrubar presidente da CPMI do INSS na ‘canetada’

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), um dos vice-líderes do governo Lula no Congresso, quer destituir o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), na “canetada”. Ele alega que os ex-presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha (Republicanos-RJ) tomaram decisões nesse sentido. Zarattini avalia que o resultado da votação deveria ser rejeitado porque não havia sido acordado. Nas gestões anteriores mencionadas por ele, entretanto, as destituições foram feitas com manobras justificadas pelo regimento interno em razão de mudança de partido.

Viana foi eleito para o cargo na comissão nesta quarta-feira, 20, por 17 votos 14, em uma derrota do Palácio do Planalto e do comando do Legislativo, em articulação feita na calada da noite pela oposição bolsonarista.

“Os presidentes da Câmara e do Senado têm de fazer valer seus cargos. Já houve casos no passado em que Arthur Lira e Eduardo Cunha destituíram presidentes de comissão que foram eleitos fora do acordo. Acordo é acordo”, declarou o petista à Coluna do Estadão. Procurado, Cunha disse que sempre agiu de forma regimental e que qualquer mudança em presidências de comissão só poderia ser feita em caso de troca de partido do parlamentar. Lira ainda não comentou. O espaço segue aberto.

Em 2015, Cunha articular para destituir o relator de sua cassação no Conselho de Ética, mas alegou que Fausto Pinato estaria impedido de julgá-lo pelo fato de os dois pertenceram ao mesmo bloco partidário. Também tirou um presidente de comissão que havia mudado de sigla. Em 2022, Lira chegou a destituir então 1º vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos, mas o argumento jurídico foi uma troca de partido do deputado, que migrou do PL para o PSD.

Ao ser eleito presidente da CPMI, Viana nomeou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria da comissão. Antes da reviravolta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), havia indicado o senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governo, para a presidência. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por sua vez, havia escolhido o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) como relator.

Como mostrou a Coluna, o silêncio da oposição foi a maior arma para derrotar o Palácio do Planalto. Tanto oposicionistas quanto governistas chegaram a uma mesma conclusão: foi a vitória mais expressiva neste ano dos bolsonaristas, que agiram na calada da noite. A oposição passou toda a terça-feira, 19, e virou a madrugada contando votos e montando a estratégia de chegarem todos juntos na reunião da CPMI e surpreenderem a base governista, que estava desmobilizada por acreditar que a comissão estava sob controle.

Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal
Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal

 

 

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