Tarcísio vira ‘estrela’ em jantar da direita com Kassab e Valdemar e sem a família Bolsonaro
Sem representantes da família Bolsonaro, o jantar oferecido pelo presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, na noite desta terça-feira, 19, teve como “estrela” Tarcísio de Freitas (Republicanos). Compareceram à confraternização figuras proeminentes de PP, Republicanos, MDB, PSD e PL. O encontro foi uma espécie de pacto dos partidos de centro-direita em torno da eventual candidatura do governador de São Paulo ao Palácio do Planalto, condicionada ao aval ainda incerto aval do ex-presidente Jair Bolsonaro, que flerta com a indicação de algum dos filhos para substituí-lo nas urnas.
Participantes do jantar afirmaram à Coluna do Estadão que Tarcísio ressaltou, em seu discurso, a necessidade de união das legendas “por um País melhor” e foi aplaudido, mas sem indicar diretamente se disputará a Presidência ou a reeleição em São Paulo. Ficou implícito, contudo, que ele será ungido por esse campo político se decidir ser o representante da oposição contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. “A foto diz tudo”, disse um integrante do Centrão, em referência à imagem da direita em peso ao redor de Tarcísio no jantar.

Do grupo de governadores da direita, além de Tarcísio, participaram do jantar Ronaldo Caiado (Goiás), pré-candidato do União à Presidência, Mauro Mendes (União-MT), Jorginho Mello (PL-SC), Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Ibaneis Rocha (MDB-DF). Marcaram presença também os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, do PL, Valdemar Costa Neto, do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira. Estiveram presentes ainda os prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e de Salvador, Bruno Reis (União).
O jantar, antecipado na semana passada pela Coluna, ocorreu após a convenção que formalizou a federação entre PP e União. Com discurso de oposição ao governo Lula, mas sem disposição real de abandonar os ministérios que ocupam, as siglas começaram a criar uma série de condições para desembarcar da Esplanada. A mais nova é tentar jogar no colo de Tarcísio, que nem integra a federação, o timing para essa decisão.
Tarcísio é o candidato favorito do empresariado, do mercado financeiro e dos partidos de centro-direita para enfrentar Lula no ano que vem. No entanto, o governador precisa do aval de Bolsonaro para substituí-lo nas urnas. O ex-presidente está inelegível, em prisão domiciliar e perto de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da trama golpista. Como mostrou a Coluna, em almoço com Lula na semana passada, Kassab disse que a tendência é o governador disputar a reeleição em São Paulo.
