Implosão dos Bolsonaro vira principal assunto entre governistas e Centrão em aniversário de petista
A implosão do clã Bolsonaro, revelada por mensagens recuperadas pela Polícia Federal (PF), virou o principal assunto da festa de aniversário do petista Marcelo Ramos. Aliados do Palácio do Planalto consideraram que o efeito do “bate-boca” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo foi um enfraquecimento do discurso da família, enquanto o Centrão preferiu centrar críticas ao que considerou um vazamento seletivo de conversas privadas.
“Eu só posso lamentar que, enquanto a gente precisa estar discutindo o País, estamos discutindo essas questões pequenas, toscas no ambiente familiar da família Bolsonaro”, disse à Coluna do Estadão o aniversariante, Marcelo Ramos. Na avaliação dele, a briga dos Bolsonaros deve fortalecer a recuperação da popularidade de Lula, mesmo antes da aprovação de pautas prioritárias do Planalto, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Integrantes do Centrão que compareceram à festa, por sua vez, viram um desgaste para a PF e o Judiciário. Disseram à Coluna, sob condição de anonimato, não ver crime nas ofensas trocadas entre Jair e Eduardo. Mesmo assim, admitiram que a família sairá desgastada do episódio e que a centro-direita ficará mais empoderada para emplacar o candidato da oposição ao Planalto em 2026.
Ao comemorar seus 52 anos, Marcelo Ramos recebeu em sua casa em Brasília representantes da base governista, como a deputada Camila Jara (PT-MS), e membros da centro-direita, como os deputados Pauderney Avelino (União-AM), Otto Filho (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA).
Nesta quarta-feira, 20, a PF indiciou Bolsonaro e Eduardo por coação na ação trama golpista e fez buscas contra o pastor Silas Malafaia. Mensagens obtidas pela PF no celular do ex-presidente mostram Eduardo xingando o pai e criticando gestos feitos por Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos).
