22 de agosto de 2025
Politica

Mendonça dá razão a Monark e influenciador vai insistir em ofensiva contra Dino

A defesa do influenciador Bruno Aiub, o Monark, entrou nesta quinta-feira, 21, com mais um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o ministro Flávio Dino de participar do julgamento em que busca reverter uma multa de R$ 300 mil e recuperar acesso às redes sociais.

O advogado Jorge Salomão, que representa Monark, entrou com embargos de declaração – recurso que serve para esclarecer ou questionar detalhes de uma decisão, mas não para reformar o mérito dela.

O recurso de Monark só foi possível porque, no início do mês, o ministro André Mendonça concordou com os argumentos do influenciador e votou no plenário virtual do STF para afastar Dino do processo.

Monark contesta participação do ministro Flávio Dino em seu julgamento.
Monark contesta participação do ministro Flávio Dino em seu julgamento.

Mendonça foi o único que aderiu à tese da defesa de Monark. Com isso, embora o placar tenha sido amplamente desfavorável ao influenciador, a defesa decidiu usar o voto para insistir nos questionamentos.

Salomão afirma que o STF “omitiu-se quanto à necessidade de resguardar a aparência de imparcialidade, essencial à credibilidade do Judiciário”.

“Vale dizer, bastaria o risco de parcialidade, e não a prova de efetiva parcialidade, para justificar o afastamento. No caso dos autos, o impedimento e a imparcialidade são evidentes e devidamente comprovados”, diz um trecho do recurso.

André Mendonça votou a favor do impedimento do colega, mas ficou isolado na divergência.
André Mendonça votou a favor do impedimento do colega, mas ficou isolado na divergência.

A defesa afirma também que os argumentos do voto divergente de André Mendonça não foram enfrentados pelos demais ministros.

“Essa omissão compromete a integridade da decisão colegiada, na medida em que impede a adequada apreciação de todos os fundamentos jurídicos relevantes ao deslinde da controvérsia, ao menos para que os demais ministros que acompanharam o voto do relator expressamente se manifestem – suprindo a falha do julgado – acerca do quanto exposto pelo voto-vogal do ministro André Mendonça“, argumenta Salomão.

O advogado pede que, mesmo que mantenham as posições, os ministros enfrentem “expressamente os fundamentos jurídicos do voto divergente“. A defesa disse que vai estudar denunciar o caso a Cortes Internacionais.

Monark não quer ser julgado por Flávio Dino porque foi processado pelo ministro. O influenciador foi condenado por chamar o magistrado de “gordola”, “autoritário”, “bosta” e “tirânico” em transmissões nas redes sociais.

Em seu voto, André Mendonça defendeu que na esfera criminal “a garantia ao justo processo ganha contorno ainda mais relevante, considerando seu impacto sobre direitos e garantias fundamentais do investigado ou acusado, como a liberdade”.

Monark foi multado e perdeu os perfis nas redes sociais depois de espalhar suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *