Tarifaço terá impacto maior em 9 cidades de Minas Gerais, aponta entidade
Nove das 853 cidades de Minas Gerais sofrerão os maiores impactos do tarifaço imposto ao Brasil pelos Estados Unidos, segundo um levantamento da Associação Mineira de Municípios (AMM) obtido pela Coluna do Estadão. A sobretaxa de 50% afetará principalmente as cadeias de café e minério, produtos que representaram 60% das exportações do estado aos EUA em 2024.
Impacto na mineração: Belo Horizonte e Ouro Preto
Belo Horizonte e Sete Lagoas, por exemplo, produzem 29% do total da exportação de ferro e aço de Minas aos Estados Unidos. Mariana, Ouro Preto e Itabirito terão a economia afetada no ramo de minérios de valor agregado. O minério de ferro bruto está fora do tarifaço.
Araxá, por sua vez, é conhecida pela produção de ferronióbio, uma liga metálica de ferro e nióbio usada pela indústria siderúrgica para aumentar a resistência do aço. Segundo a AMM, que representa 98% dos municípios mineiros, a cidade precisará diminuir a dependência do mercado norte-americano nesse setor.
Contagem, destaque no mercado de transformadores elétricos e cerâmica refratária, corre o risco de perder até 18% de seu PIB com as sobretaxas impostas pelos norte-americanos.
Sul do estado concentra exportação cafeeira
Os municípios de Varginha e Guaxupé estão entre os maiores exportadores de café de Minas Gerais, setor que representa um terço das vendas do estado aos EUA.
“Minas Gerais está entre os três estados mais afetados pelo tarifaço, já que os principais produtos brasileiros que serão atingidos são commodities do agro, como café, e também da mineração. As estimativas indicam que as perdas nos estados podem ultrapassar os R$ 20 bilhões, o que representam 2% do PIB estadual”, disse o presidente da AMM e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão (sem partido).
Ao todo, o estado deve perder R$ 4,7 bilhões de seu Produto Interno Bruto (PIB), 30 mil empregos e R$ 510 milhões de renda, segundo estimativas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
