23 de agosto de 2025
Politica

Análise da PGR sobre nova denúncia contra Bolsonaro e Eduardo deve ser mais rápida

A análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre eventual nova denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve ocorrer de forma mais rápida, segundo interlocutores do órgão. A Polícia Federal (PF) indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro na última quarta-feira, 20, e o caso foi enviado à Procuradoria, a quem cabe oferecer uma denúncia ou arquivar o processo.

Como o inquérito foi aberto a pedido da própria PGR, o órgão conhece o caso em detalhes e acompanhou de perto as etapas da investigação da PF, o que nem sempre é possível. Por isso, a expectativa é que a decisão sobre uma eventual denúncia aconteça em menor tempo.

Segundo a PF, Jair e Eduardo Bolsonaro cometeram os crimes de coação no curso do processo e abolição do Estado Democrático de Direito. Eles tentaram interferir no julgamento da ação penal do golpe, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda de acordo com a corporação.

Ex-presidente Jair Bolsonaro e deputado federal Eduardo Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro e deputado federal Eduardo Bolsonaro

Investigação começou a pedido da PGR

A investigação começou em maio, por solicitação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Na ocasião, Gonet apontou que Eduardo Bolsonaro buscava impedir o funcionamento de instituições nacionais, a exemplo do Supremo.

“É dado intuir dessas providências, a que o sr. Eduardo Bolsonaro se dedica com denodada diligência, o intuito de impedir, com a ameaça, o funcionamento pleno dos poderes constitucionais do mais alto tribunal do Poder Judiciário, da Polícia Federal e da cúpula do Ministério Público Federal, com isso atentando contra a normalidade do Estado democrático de direito”.

Gonet também apontou que o deputado que mora nos EUA age por “motivação retaliatória” e com “manifesto tom intimidatório” para obstruir as investigações contra bolsonaristas.

Gonet citou repasses de Jair a Eduardo Bolsonaro

Um dos pontos ressaltados por Gonet foi que Jair Bolsonaro havia admitido ser o “responsável financeiro” por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Agora, as investigações da PF detalharam essas transações e apontaram suspeita de lavagem de dinheiro: o ex-presidente repassou R$ 2,1 milhões ao filho e outros R$ 2 milhões a sua esposa Michelle.

Para a PF, os pagamentos a Eduardo serviram para financiar suas ações nos Estados Unidos contra o governo brasileiro, enquanto a transferência para Michelle tinha o objetivo de driblar um eventual bloqueio de suas contas bancárias.

Ao todo, o ex-presidente recebeu R$ 30 milhões em suas contas bancárias de março de 2023 a fevereiro de 2024.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *