Filha de Roberto Jefferson critica família Bolsonaro e ironiza Eduardo: ‘Hipocrisia tem limite’
A ex-deputada Cristiane Brasil, filha do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, ironizou nesta segunda-feira, 25, críticas dos Bolsonaros ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ex-parlamentar disse que, quando seu pai foi preso, a família “correu para se afastar dele”.
“Até de bandido o Bolsonaro chamou meu pai. Agora que é com vocês, voltou a ser a ‘Gestapo do Xandão’. Tarde demais”, escreveu Cristiane, citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em um vídeo de mais de nove minutos, ela comenta trechos de publicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em que ele questiona, aos gritos, se os criminosos que assaltaram a casa de seus avós no domingo, 24, estariam seguindo “ordens de Moraes”.
“Hipocrisia tem limite. Se agora, só agora, vocês viram o monstro que vocês alimentaram, tenham vergonha. Peçam desculpas para o meu pai e para todo mundo que está preso graças a omissão do pai de vocês”, disse a ex-deputada.
Em menção aos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, ela acusa a família de “abandonar todo mundo para se ferrar”. “O papai fugiu para não ser preso junto com todo mundo na frente dos quartéis”, afirmou.
“Que isso sirva de dura lição para vocês. De que adianta falar grosso agora que está tudo meio ferrado?”, disse em resposta ao vídeo de Eduardo. O deputado está nos Estados Unidos desde fevereiro e busca articular uma forma de interferir no julgamento do pai, Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado no STF.
As sessões do julgamento estão marcadas para ocorrer entre os dias 2 e 12 de setembro. Em evento nesta semana, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a única alternativa que enxerga para evitar a condenação do ex-presidente é uma ação do presidente dos EUA, Donald Trump.
Roberto Jefferson foi condenado pelo STF em 2021 no âmbito do inquérito das milícias digitais. Em 2022, reagiu a uma ordem de prisão disparando tiros e lançando granadas contra agentes da Polícia Federal em sua casa, no Estado do Rio de Janeiro.
Em junho de 2023, ele foi internado em hospital particular no Rio de Janeiro, onde permaneceu em custódia. Em maio deste ano, sua prisão domiciliar foi concedida “por razões humanitárias”, de acordo com o ministro Alexandre de Moraes. Ele deixou o hospital e segue cumprindo pena em casa.
