Zema diz que cidades têm ‘chiqueiros humanos’ e pessoas em situação de rua ‘só causam perturbação’
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a fazer declarações reducionistas sobre pessoas em situação de rua nas cidades brasileiras. Durante participação no programa Roda Viva nesta segunda-feira, 25, ele afirmou: “Nós estamos criando verdadeiros chiqueiros humanos nas cidades do Brasil”.
Zema também criticou a postura de defensores de direitos humanos sobre a questão. “Esse pessoal de direitos humanos, que fala tanto que são os protetores dessas pessoas (em situação de rua), eles deveriam fazer uma placa na porta da casa deles e falar: ‘Sem-teto, acampem aqui na porta da minha casa’”, afirmou.
“Porque onde eles chegam, residência ou comércio, eles só causam perturbação, um cheiro horrível”, disse.

O governador descreveu a população em situação de rua como, em sua maioria, “pessoas que perderam a noção da realidade” e vivem em “esquizofrenia”. Pré-candidato a Presidência, ele também acusou o governo federal de “ignorar o problema”, defendendo a necessidade de uma “solução central”, que não detalhou.
Questionado sobre entrevista concedida no início do mês à BBC Brasil, em que comparou as pessoas em situação de rua a carros abandonados que precisavam ser guinchados, ele tentou consertar a declaração anterior. “Pessoas não se guincha”, afirmou, mas voltou a defender retirada compulsória das ruas.
Romeu Zema tenta ampliar sua projeção nacional para se viabilizar como candidato à Presidência da República nas eleições de 2026.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fora da disputa por estar inelegível até 2030, o governador quer se firmar como alternativa da direita, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Durante a entrevista no Roda Viva, Zema disse ainda que o Judiciário brasileiro persegue políticos de direita e apostou que os candidatos desse campo estarão unidos no segundo turno em 2026.