Justiça decreta a prisão de chefes da organização criminosa que lavou dinheiro na Faria Lima
A 13ª Vara Federal de Curitiba decretou a prisão de 14 acusados de envolvimento com a organização criminosa que se apropriou de parte da cadeia produtiva dos combustíveis no País e estava lavando dinheiro em fundos de investimento na região da Faria Lima. As fraudes movimentaram R$ 23 bilhões. Entre os acusados que tiveram a prisão decretada estão os empresários Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Loco, e Mohamad Hussein Mourad, o Primo, do antigo grupo Aster/Copape.
Silva e Mourad não foram localizados para se manifestar sobre as acusações. O espaço está aberto.

A PF já prendeu seis integrantes do grupo. Contudo, tanto Mourad quanto Belo Loco são considerados foragidos. A investigação do Grupo de Investigações Sensíveis (Gise), da Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba começou em 2023, depois que um homem ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou a prisão, onde cumpria pena por tráfico internacional de drogas. O homem acabou se transformando em administrador de uma distribuidora de combustíveis.
Em pouco tempo, a empresa, que não tinha receitas, passou a movimentar milhões de reais. Seguindo essa pista, os federais chegaram ao mesmo grupo que era investigado por promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de São Paulo, o que resultou na organização das Operações Carbono Oculto, Quasar e Tank, estas duas últimas também levadas a cabo pela PF nesta quinta-feira, dia 28.
Durante as investigações, os policiais descobriram que o grupo estava lavando dinheiro por meio de uma instituição de pagamentos chamada Tycoon Technology. Trata-se de uma fintech usada pelos criminosos para movimentar dinheiro da fraude em combustíveis. Os policiais conseguiram na Justiça o bloqueio de 1,2 mil veículos do grupo, a maioria caminhões-tanque. Ao todo, 141 destes foram apreendidos na operação desta quinta-feira.
Também obtiveram o bloqueio de 190 imóveis avaliados em R$ 1 bilhão. e aprenderam recursos. Entre os presos pelos federais está o homem apontado como diretor da Tycoon, o empresário Rafael Bronzatti Belon. A reportagem não conseguiu localizar sua defesa. Também foi preso pelos policiais Rafael Gineste. O acusado estava escondido em uma lancha e atirou o celular ao mar.