4 de setembro de 2025
Politica

Aliados de Lula acusam Nikolas de ajudar o PCC com vídeo do Pix; deputado fala em ‘canalhice’

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuar que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) defende o crime organizado, políticos de esquerda reforçaram esse discurso e afirmaram que um vídeo do parlamentar, de janeiro, beneficiou o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O político mineiro aponta “canalhice” nas alegações e promete ir à Justiça com queixa de difamação. “Acusar os outros sem provas é com a esquerda mesmo”, escreveu nas redes sociais (leia mais abaixo).

Em janeiro, Nikolas publicou vídeo sobre uma nova norma da Receita Federal, que ampliava o monitoramento de transações financeiras, estendendo a fintechs as obrigações de transparência que todas as instituições financeiras têm no País.

Na ocasião, ele disse que a norma era “quebra de sigilo mascarada de transparência”. Checagem do Estadão Verifica apontou que o vídeo, que teve 300 milhões de visualizações, tinha informações enganosas e distorcidas. A repercussão negativa fez o governo cancelar a norma.

Após uma força-tarefa investigativa na última semana revelar um esquema que envolvia fintechs e o PCC, Lula resgatou o episódio, mas não citou Nikolas nominalmente.

“Tem um deputado que fez campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs, e agora está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado”, disse em entrevista na sexta-feira, 29. 

Em vídeo publicado em sua conta do Instagram, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) comenta a megaoperação contra o crime organizado e faz referência ao víde o sobre o Pix gravado pelo colega da Câmara no início do ano. O novo vídeo de Tabata tem o nome “Nikolas Ferreira ajudou o PCC?”.

“O crime organizado está se beneficiando de todas essas fintechs que hoje não estão sendo fiscalizadas. Nikolas dizia estar defendendo você, a sua liberdade, o seu negócio. Mas eu te pergunto: quem é que está lucrando com tudo isso?”

O deputado federal Reimont (PT-RJ) também assiciou Nikolas ao esquema de lavagem de dinheiro revelado pela Operação Carbono Oculto, deflagrada na quinta-feira, 29.

“Vocês viram que o Nikolas Ferreira atacou o pix enquanto pode com muitas fake news e com isso fortaleceu as fintechs. E agora, a Polícia Federal faz uma apreensão de muito dinheiro ligado ao PCC. […] É uma pergunta simples: se o Nikolas favorece as fintechs, ataca o pix, e as fintechs favorecem o PCC, o Nikolas Ferreira ajudou ou não ajudou o PCC?”

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) também usou suas redes para comentar o caso. Em uma série de vídeos com Nikolas, gravados para um programa de TV, Boulos “provoca” o deputado, quando o tópico do crime organizado é adicionado à conversa. O debate foi ao ar na CNN na sexta-feira, um dia após a megaoperação.

Parlamentares aliados ao governo se mobilizam para pedir ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça uma apuração sobre o deputado. Os deputados também querem levar o tema para discussão na Câmara dos Deputados, para que o colega seja investigado.

Nikolas diz que está ‘compilando tudo’ para acionar a Justiça

Nas redes sociais, Nikolas tem criticado as acusações de Lula e chamou a fala de “mentira torpe, criminosa e irresponsável”.

Ele também mandou recado para Sidônio Palmeira, secretário de Comunicação de Lula. “Vai ter que fazer melhor do que isso pra me derrubar, Sidônio. Fraquinho”, escreveu no X (antigo Twitter). Nikolas é considerado uma das principais lideranças jovens da direita.

Em outra publicação nas redes, o parlamentar mineiro afirmou que Lula será condenado “se ainda houver justiça nesse país.

O que foi a Operação Carbono Oculto

A Operação Carbono Oculto foi a maior do tipo na história do País e mirou o setor de combustíveis e instituições financeiras sediadas na avenida Faria Lima, situada na capital paulista.

Só na região, principal centro financeiro do País, estão 42 alvos da operação, entrefintechs, corretoras e fundos de investimentos. A estimativa é que a organização criminosa, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC),tenha movimentado R$ 52 bilhões no período investigado, blindando os recursos por meio de 40 fundos de investimentos.

 

 

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